A definição dos candidatos do PSDB à sucessão presidencial (Geraldo Alckmin) e à sucessão paulista (José Serra) dão os ingredientes necessários para que possamos fazer uma análise preliminar do quadro sucessório nacional. Um prognóstico nesse momento já é possível. O PSDB tomou a decisão mais acertada em termos eleitorais, ao consagrar Alckmin como candidato à Presidência da República. O mesmo pode-se dizer da definição de Serra como candidato ao governo paulista, somando assim dois fatores decisivos para a eleição: um nome forte e a popularidade do governador recém desligado. Esses dois fatores poderão dar o suporte essencial no maior colégio eleitoral do Brasil. A dobradinha Alckmin/Serra parece-me imbatível dentro de São Paulo. A equação paulista resolvida lança ao PFL a ponte necessária para a coligação que compensará o relativo desconhecimento do nome de Alckmin fora do Estado de São Paulo. A composição foi favorável a todos, tendo aquele partido herdado os postos da prefeitura e do governo do Estado. Não é pouca coisa. Pelas vias eleitorais o PFL dificilmente chegaria lá por suas próprias forças. Até mesmo o PMDB poderá entrar nesse ônibus vencedor, o que fragilizará enormemente a candidatura da situação. Se isso acontecer Serra pode ser consagrado ainda no primeiro turno, em São Paulo, neutralizando qualquer chance eleitoral do PT. Seus candidatos já entrarão derrotados na disputa do pleito. Penso que a forte candidatura ao Senado de Suplicy está ameaçada pelas circunstâncias políticas. Os nomes que encabeçarem a coligação de Alckmin/Serra poderão impor seu próprio candidato, seja lá quem for. Outro fator decisivo na disputa eleitoral são as incontáveis crises que estão explodindo no governo federal. A saída do ministro Palocci não poderia ter sido mais traumática e mais desabonadora do ponto de vista do eleitorado formador de opinião. E em pior hora. O PT perdeu o controle da situação e a desmoralização não apenas de Lula, mas do partido, jogará o eleitorado qualificado na oposição. O mesmo fenômeno deverá afetar fortemente a composição do novo Congresso Nacional a ser eleito. O PT deverá murchar dramaticamente. O deslocamento do eixo político para o espectro de centro-direita é algo que me parece óbvio. Em resumo, é previsível uma formidável derrota das forças que compõem a sustentação política do atual governo. E já não era sem tempo. A incompetência, o amadorismo, a má fé, a falta de escrúpulos e a falta de um projeto para o Brasil estão destruindo o nosso País. Esse governo Lula envergonha a todos os brasileiros. É uma nódoa. Esses homens precisam ser apeados do poder, pelo voto, como é próprio das sociedades democráticas. Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.
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