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Medicina e Saúde
11/04/2006 - 05h33
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
 
 
Três brasileiros morrem por hora em virtude da DPOC. Porém, não há políticas consistentes para combatê-la e os portadores ainda sofrem com escassez de medicamentos e de aparelhos para exames adequados

A DPOC é a quinta doença mais letal do Brasil. Atinge cerca de 6 milhões de pessoas e mata, ao ano, aproximadamente 30 mil. Ou seja, faz três vítimas fatais por hora.

Em 2005, o primeiro estudo multicêntrico da América Latina a mapear a incidência da doença pulmonar obstrutiva crônica, batizado de Projeto Platino, chegou à conclusão de que a DPOC é um dos grandes desafios da saúde pública atualmente.

As estatísticas colhidas pelo Projeto Platino junto à população adulta com idade igual ou maior a 40 anos são realmente preocupantes. A região metropolitana de São Paulo, um dos campos da pesquisa, tem prevalência de 15,8%. Outro dado assustador: as mortes atribuídas à doença aumentaram 65% na América Latina na última década.

Degenerativa e incurável, a DPOC engloba um conjunto de alterações pulmonares; as mais conhecidas, a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Os principais sintomas são tosse, produção de catarro e falta de ar. É importante salientar que a patologia tem forte relação com o tabagismo. Cerca de 90% dos portadores fumam ou já fumaram, de acordo com o presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Dr. Rafael Stelmach.

Além do cigarro, a herança genética e a deficiência de uma enzima (alfa 1 antitripsina) responsável por bloquear o efeito de substâncias destrutivas do pulmão são apontadas como outras determinantes para o desenvolvimento da DPOC. Há fatores externos também nocivos, como a exposição à poluição, a irritantes químicos e contato excessivo com fumaça, o que inclui queima doméstica de combustível - forno à lenha em lugar mal arejado, por exemplo.

A DPOC é mais comum entre a população com idade superior aos 40 anos. Um dos grandes problemas para seu enfrentamento é a falta de informação. Muitas pessoas nem imaginam que a doença existe. Isso talvez explique o motivo de normalmente ser diagnosticada bastante tarde.

Segundo a Drª Irma de Godoy, pneumologista da SPPT e docente da Faculdade de Medicina da UNESP-Botucatu, a agravante é que também não existe nenhum programa de saúde direcionado especialmente para DPOC, como ocorre, por exemplo, no caso da asma, com a Portaria 1318.

A falta de ações públicas, inclusive no âmbito dos municípios, casada à ausência de um programa de distribuição de medicamentos, e até de oxigênio nos casos dos pacientes graves, leva cada vez mais portadores progressivamente à morte. A situação certamente seria bem diferente se houvesse mais atenção e vontade política de gestores e autoridades diversas.

A prevenção e o combate à doença pulmonar obstrutiva crônica passam, obrigatoriamente, pela consolidação de um consistente programa de antitabagismo. "Quando o governo faz campanhas que discutem o tabagismo, ajuda no combate à DPOC. Estas campanhas funcionam. É fundamental que os fumantes sejam alertados freqüentemente sobre os malefícios do tabaco", afirma Alberto Cukier, professor da Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina da USP.

Uma política que conscientize os cidadãos a fazer acompanhamento pulmonar constante com um médico especialista é outra ação inadiável para ampliar os índices de detecção precoce, assim como a maior oferta de aparelhos para exame de espirometria, que avaliam a capacidade pulmonar através do ar expirado. Aliás, todas as pessoas com queixas de falta de fôlego, com falta de ar, deveriam fazer o exame, pois apenas ele define a DPOC e sua gravidade, conforme informa o Dr. Stelmach.

Entretanto, isto ainda está longe de ser uma realidade do Brasil. Só para ter uma idéia, até em São Paulo, estado mais rico da Federação, há escassez de aparelhos para exame de espirometria.

Uma grande ironia é que, há anos, existe uma portaria ministerial prevendo o reembolso para os programas de distribuição oxigênio. Porém, ainda não foi regulamentada.

A triste moral da história é que sem medicamentos, sem oxigênio e outros suportes para o combate e a prevenção à DPOC, convivemos com internações e reinternações sem qualquer efeito prático para os portadores. E o que mais complicado, com custo extremamente elevado: em 2001, foram 230.000 internações, que consumiram nada menos do que R$ 100 milhões. Isso sem falar no custo social que é altíssimo, pois contabiliza a interrupção das atividades produtivas e sociais, além de mais e mais mortes todos os anos.

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