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SEÇÃO
Medicina e Saúde
17/04/2006 - 06h00
Segurança no tratamento de varizes
Kasuo Miyake
 

O Brasil é, atualmente, um dos principais centros mundiais para tratamentos de doenças vasculares como varizes e trombose. Como nosso clima tropical permite que as mulheres deixem as pernas à mostra a maior parte do ano, é grande a demanda por técnicas que eliminem esses males, que podem ser tanto estéticos como funcionais (quando causam dores, inchaço e feridas nas pernas e pés). Cresce, ainda, o número de homens que procuram tratamento, seja pelo sofrimento com a dor ou pela estética.

É indispensável, entretanto, que o paciente esteja seguro quanto à técnica que será utilizada para secar as veias doentes. Um caso relatado na edição de janeiro de 2006 do Journal of Vascular Surgery, da Sociedade Americana de Cirurgia Vascular, comprova os riscos da "técnica da espuminha", que vem proliferando em consultórios e clínicas de estética para o combate a varizes no Brasil, muitas vezes por falta de conhecimento. Segundo a publicação, um homem de 61 anos sofreu derrame cerebral depois de passar por sessões de escleroterapia com espuma, para tratar veias varicosadas. O caso aconteceu em um hospital de Dublin, Irlanda. Outros casos semelhantes já foram publicados em outras revistas e apresentados em congressos.

A técnica em questão consiste em uma microespuma de líquido esclerosante. Como ela não se dissolve, segue pela circulação venosa, passando pelo coração e parando principalmente no pulmão (caracterizando embolia pulmonar, com risco de causar fibrose pulmonar após sessões repetidas). No caso de o paciente possuir comunicação entre o lado direito e o esquerdo do coração (caso de 20%-30% da população), a espuma segue para a retina, para as artérias coronárias ou para o cérebro, gerando riscos de necrose de retina, isquemia cardíaca e derrame cerebral, respectivamente. Pacientes que se submeteram ao tratamento com espuma relatam dores no peito e tosses logo após as injeções. Já foram observadas também tromboflebites (tromboses venosas superficiais) e hiperpigmentações da pele.

Esses potenciais efeitos colaterais fazem com que a técnica da espuma seja vista com receio por parte dos médicos. O tratamento estético das varizes deve ser feito com técnicas que não apresentem complicações. Pode-se usar tratamentos modernos, como o Cryo-laser e a Cryo-glicose (combinação de laser de última geração, injeções de glicose e ar gelado a menos 20 graus, sem riscos de queimaduras), guiados pelo VeinViewer, visualizador que projeta na pele a imagem das veias que não são visíveis a olho nu. Há, ainda, o tratamento mais simples: injeções de glicose para os vasinhos sem matriz e retirada das matrizes (quando presentes) com agulha de crochê, técnica que foi desenvolvida na década de 70 e até hoje traz ótimos resultados, com segurança.

Com a oferta de métodos comprovadamente seguros e eficientes para tratar vasos doentes, não há motivo para sofrer ou correr riscos com tratamentos perigosos.


Nota do Editor: Kasuo Miyake é cirurgião vascular com Doutorado em Cirurgia pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia.

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