Pais devem estar atentos a algumas manias que podem evoluir para transtornos obsessivos compulsivos
Crianças que piscam os olhos continuamente, repuxam o pescoço, contraem o rosto, franzem a testa ou mesmo puxam o cabelo sem parar durante certo período manifestam tiques que podem ser transitórios, mas deve-se prestar bastante atenção para evitar que essas manias passem a ser um transtorno obsessivo compulsivo (TOC). "Cerca de 3% da população apresenta tiques em determinadas fases da vida. É mais comum em crianças entre cinco e oito anos, no caso de meninos, e na fase da adolescência feminina", diz o professor Luiz Gonzaga Leite, chefe do Departamento de Psicologia do Hospital Santa Paula. Leite diz que é mais comum esses tiques terem início na seqüência de um acontecimento traumático, como uma dramática separação de casais, a morte de algum ente querido, a mudança de escola ou mesmo de cidade (em que se deixa para trás as pessoas de convívio diário), o nascimento de um irmão, ou ainda quando a criança é submetida a uma presença amedrontadora. "Pais muito rígidos ou hiperprotetores costumam contribuir para o aparecimento de tiques e manias em seus filhos que, em geral, demonstram ansiedade, fragilidade emocional, insegurança e medo", diz o psicólogo. "Em geral, essas manifestações são dissipadas com o tempo ou podem ser tratadas com psicoterapia. Mas se os pais perceberem que além dos movimentos involuntários a criança emite algum som incomum, não devem aguardar que passe por si só, pois pode se tratar de algum tipo de transtorno obsessivo compulsivo".
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