Hugo Chávez tem feito adeptos fervorosos em toda América do Sul e Fidel Castro, ainda que mantendo seu poder totalitário sobre Cuba, já parece um déspota aposentado perto do "boina vermelha". Este é o neocaudilho da moda, o populista que conquistou seguidores como Evo Morales, da Bolívia, Ollanta Humala, do Peru e, porque não, o brasileiro Luiz Inácio que, de hipotético líder latino-americano passou a liderado do ambicioso ditador disfarçado da Venezuela. Muitos outros também se renderam ao rei do petróleo, como é o caso de Roberto Requião, governador do Paraná, que como todo bom esquerdista adora as delícias de Paris e não aceita a lei contra o nepotismo já que abriga vários familiares em seu generoso colo governamental. Requião, que em novembro do ano passado visitou a Venezuela, no dia 21 não homenageou Tiradentes, mas Hugo Chávez, diante de uma platéia de 1.500 militantes da Via Campesina, de integrantes do MST e de outros movimentos ditos sociais que preferem uma outra vida com a Alba e não com a Alca. No Teatro Guairá, sentados ao lado de Requião, o companheiro Chávez, o bispo de Curitiba, d. Ladislau Biernaski, a cantora Beth Carvalho e o mentor do MST, João Pedro Stédile, outro fiel seguidor do "ditador constitucional" venezuelano. Este repetiu o discurso antiamericanista, atacou o que chama de direita, fez campanha para o companheiro Lula e foi aclamado. Requião discursou e foi vaiado quando defendeu o nepotismo e chamou os manifestantes de "representantes de pequenos movimentos de merda". O governador informou que foram feitos acordos de cerca de US$ 420 milhões entre o Paraná e a Venezuela. Mas quem é de fato o ídolo de nossas esquerdas? Hugo Chávez tentou alcançar o poder através de golpe de Estado. Acabou atingindo seu objetivo pela via eleitoral, em 1998, mas depois de empossado plasmou um Legislativo e um Judiciário à sua imagem e semelhança, o que vem lhe permitindo exercer o arbítrio. Ele ampliou seu mandato de cinco para seis anos e introduziu em sua Constituição o casuísmo que permite sucessivas eleições. Já foi reeleito e fala em permanecer no poder até 2030, período que poderá ser sempre estendido. Mesmo diante disso o presidente Luiz Inácio afirmou que, "em nenhum país do mundo há tanta democracia quanto na Venezuela". Uma democracia na qual quem falar contra Chávez vai preso. Coincidentemente, nosso presidente disse que gostaria de um mandato de seis anos e no seu governo o Legislativo veio sendo dominado por mensalões, o que tem o efeito desmoralizador cada vez maior sobre esse Poder. Já o Supremo Tribunal Federal tem votado politicamente e não de acordo com a Lei. Além do mais, Luiz Inácio tem incentivado, sobretudo, o MST, o que indica seu pendor para o modelo chavista de democracia de massas. Num segundo mandato, caso chegue lá, certamente se aproximará cada vez mais de Chávez, cujos sonhos atômicos objetivam destruir os Estados Unidos com a ajuda de companheiros que sabem enriquecer urânio. Mas o que faz o MST como "movimento social?" O MST invade terras produtivas, destrói sedes e maquinários de fazendas, mata o gado, ateia fogo às pastagens, ameaça e aterroriza produtores rurais, bloqueia estradas, saqueia caminhões, invade prédios públicos, destrói centros de excelência em pesquisa como o da Aracruz. Tudo com o aval do governo e as bênçãos de certos bispos. Enfim, o MST é o braço guerrilheiro do PT. O Paraná foi chamado de celeiro do Brasil, pois de sua terra fértil, encontrada no norte do Estado em tons de chocolate, nasceu a produção agrícola que se destacou no País e no exterior. Mas não bastava a terra. O "celeiro" se tornou viável através do trabalho sério, árduo e competente desenvolvido através de gerações de agricultores. Mais tarde, agropecuaristas transformaram o Paraná num dos baluartes do agronegócio, setor que não somente fornece alimentos para as populações urbanas, como integra a cadeia produtiva que se estende além da porteira da fazenda e se espraia pela sociedade gerando renda e trabalho, esses reais pilares da prosperidade de um povo. Através do agronegócio, não só o mercado interno é alcançado, mas também o externo, o que significa a possibilidade do Brasil se integrar com força à economia mundial e garantir o saldo de nossa balança comercial. Recorde-se, porém, que Stédile anunciou que o grande inimigo é o agronegócio. Invés de estar preso por incitar a desordem, a violência e o desrespeito à propriedade, foi um dos homenageados de Requião. Enquanto isso, por todo Paraná, produtores rurais que Luiz Inácio andou chamando de caloteiros, pedem que sejam reduzidos os custos de produção e os juros, porque já estão sendo obrigados a se desfazer de seus equipamentos agrícolas para poder pagar aos fornecedores de insumos. Sem dúvida estamos cada vez mais perto de Hugo Chávez, e é próprio perguntar se nada pode barrar nossa vocação para o atraso. Responderemos a isso em outubro. Nota do Editor: Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
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