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Opinião
26/04/2006 - 05h36
O que há em comum entre Varig e GM
Roberto Paschoali
 

Nos anos oitenta, quando a Embraer entrou em colapso, uma grande parte da cidade de São José dos Campos também desapareceu. Bancos fecharam suas agências na cidade. Mas não foram somente eles. Bons restaurantes, hotéis, escritórios de advocacia, consultórios médicos e dentários também tiveram que baixar suas portas.

Quando uma grande empresa, que é a maior fonte de empregos e receita tributária, desfalece, a cidade inteira onde ela está estabelecida desfalece junto. Se a companhia morre, grande parte da cidade também morre.

Em meados dos anos noventa, quando a Embraer ressurgiu das cinzas, uma nova São José dos Campos do mesmo modo ressurgiu. Todos sabemos que existe uma correlação econômico-social forte entre uma empresa e uma cidade, mas o que muita gente desconhece é que, seja qual for o tipo e a região de sua influência, ela sempre é o elo principal na cadeia de criação de riqueza de uma nação. Quando essa ligação é quebrada, seus efeitos são sentidos tanto nas áreas social e econômica, quanto na esfera emocional da população envolvida.

Embora empresas e pessoas tenham uma relação muito íntima, existe uma enorme diferença entre elas. E a maioria de nós poucas vezes se dá conta disso: pessoas podem morrer de repente, mas companhias nunca têm morte súbita. No campo da gestão de empresas todos nós sabemos que a agonia, até a morte, pode ser muito longa e dolorosa.

É o que vem ocorrendo com a Varig, no Brasil, e a General Motors, nos Estados Unidos. Se quisermos uma analogia com o ser humano, poderíamos dizer que as duas estão com a musculatura de seus corações totalmente comprometida, por anos e anos de muita irresponsabilidade, excesso de custos, má administração, baixa capacidade de inovar e estabelecer desafios. A única saída que resta agora é um transplante de urgência.

Todos nós sabemos que para ter um coração transplantado precisamos, antes de tudo, de doadores. Quem serão os doadores da Varig e da GM?

Habitualmente, os primeiros doadores a serem chamados são os bancos credores e fornecedores. Normalmente, eles resistem demais, mas sempre acabam dando suas contribuições. O governo também é convocado a dar sua contribuição no alongamento de dívidas tributárias e, muitas vezes, com empréstimos concedidos por meio de instituições como o BNDES - Banco de Desenvolvimento Econômico e Social. Isso serve para manter o fluxo de oxigênio e garante um estoque de sangue para o caso de necessidade de transfusões inesperadas.

Os empregados sempre preferem ter benefícios diminuídos que o emprego perdido. O maior problema são os sindicatos que, evidentemente, não pensam assim. Nesses casos crônicos, os funcionários deveriam formar comitês, livres da influência dos sindicatos, negociando diretamente com os interessados e deixando bem clara suas intenções.

O momento crucial do processo chega quando é necessário decidir sobre a escolha da equipe de administradores (turnarounders) que farão o trabalho de recuperação e revitalização da empresa em crise profunda. Essa equipe precisa ter muita experiência, talento e, principalmente, contar com a confiança de todas as partes interessadas.

Dado o longo período de agonia por que passou a empresa, todos sabem o que fazer, porém, o grande desafio agora é: como fazer. Em outras palavras, como alcançar objetivos e transformar metas em resultados efetivos a curto prazo.

Cada vez mais um grande número de empresários e acionistas vêm percebendo que especialistas em recuperação de empresas, externos às suas organizações, são o melhor caminho para se chegar mais rápido e com segurança à situação de equilíbrio.

O bom "turnarounder" conta com talento e ferramental gerencial para traduzir aspirações em realidade concreta. Eles sabem fazer a ponte, passo crucial, entre objetivos e desempenho real e, o que é melhor, sempre contam com a credibilidade do mercado.


Nota do Editor: Roberto Paschoali é Diretor da Evolve Gestão.

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