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Opinião
26/04/2006 - 18h29
A desmoralização da moral
Percival Puggina - MSM
 

Em dois dos últimos debates de que participei ouvi que a oposição ao governo Alckmin em São Paulo suscitou 69 CPIs. Os informantes foram dois deputados petistas, um federal e outro estadual, em programas de rádio e tevê. Acho que a orientação já foi para a cartilha: se levantarem tema relacionado com as CPIs do Congresso, rebata-se com as que foram pedidas pelo PT contra o ex-governador e engavetadas no parlamento paulista.

Nada contra a boa organização, lubrificada, conforme se descobriu, à custa de muito dinheiro. Mas tudo, tudo mesmo, contra a desmoralização da moral num país que já ocupa o 63º lugar entre os mais corruptos do planeta. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, a oposição propôs dezenas de CPIs. Era a luta dos virtuosos contra os indecentes. Eram os defensores da dignidade seduzindo os bons brasileiros na refrega que mantinham com os degenerados da pátria. Puxa, como isso deu voto! A bancada petista no Congresso cresceu quase geometricamente nos últimos doze anos. Havia o certo e o errado, o bem e o mal, o moral e o imoral.

Com a eleição de Lula esperei pelas rigorosas investigações que não mais dependiam de CPIs. O PT detinha o comando de todos os organismos institucionais necessários e suficientes para fazer a completa varredura do entulho sórdido que, à torto e a direito, imputava aos adversários quando na oposição: ABIN, Polícia Federal, Corregedoria Geral da União, Banco Central, Ministério da Fazenda, Ministério da Justiça. Chegara a hora de o Zorro trancafiar o sargento Garcia para o resto da vida. Fizeram qualquer movimento nessa direção? Não! A maior evidência de todas as leviandades antigas foi dada em fevereiro de 2005, quando Lula escorregou no tomate e confessou ter mandado calar a boca um "alto companheiro" que lhe falou de irregularidades ocorridas no BNDES durante a gestão anterior. Lembram? Pois é. Ficou tudo por isso mesmo, resumido a um discurso feito como quem fala em mesa de bar, jogando lama de modo irresponsável sobre a honra alheia e com mais sujeitos ocultos do que teste de análise sintática em prova de língua portuguesa.

Por outro lado, no exercício do governo, acumularam tal soma de delitos que o Procurador Geral da República identificou a existência de verdadeira organização criminosa, à qual deu o nome certo de quadrilha. Mesmo assim, as lideranças petistas ainda desfilam a velha arrogância. Fazem parecer que a oposição, recolhendo fragmentos de informações que o presidente tem ou deveria ter inteiras sobre a escrivaninha, produz tempestade em copo d’água. Falam como se estivéssemos perante trivialidades, sem sentido maior, sob o comando autista de um presidente que nada sabe, ainda que, por dever de ofício, esteja rodeado de informantes. Quando percebo que parcela significativa da sociedade está convencida de que é assim mesmo, resulta evidente, para mim, que o maior delito do governo Lula foi ter desmoralizado a moral.


Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

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