13/09/2025  10h57
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Crônicas
02/05/2006 - 16h21
O eterna guerra do terceiro escalão
Chico Guil - Agência Carta Maior
 

Uma das maiores graças da política é o posicionamento de certos cabos eleitorais após o fim das eleições. O eleito festeja, o candidato derrotado coça as feridas e logo está pronto para outra. É bem possível que num pleito futuro estejam abraçados, mas os parceiros da campanha, aqueles que organizaram os comícios, distribuíram panfletos, saíram de casa em casa pedindo votos e armando esquemas os mais diversos e criativos, estes travam uma guerra sem fim. Termina a campanha, mas os cabos eleitorais permanecem em constante alerta, prontos para a conflagração. Basta um adversário citar o nome do chefe, o sangue ferve e, se duvidar, vira pancadaria.

A diferença do líder e dos liderados está aí: a forma de encarar o jogo. Um líder político que pretenda destacar-se como tal deve saber que as vitórias e derrotas vêm em ondas, e cada vagalhão traz sua porção de entulhos e tesouros. Por isso não despreza ninguém, mesmo o seu pior inimigo, que numa eleição futura pode estar ao seu lado.

“Política é como futebol”, diz-me um famoso personagem que campeia nessa seara. “Um dia o jogador está num time, depois passa pro outro, e assim vai”. Talvez a teoria soe algo perniciosa, mas, quando se trata de alcançar resultados, é assim mesmo que funciona. Fazer o gol é enfiar uma idéia na cabeça do eleitor. Uma idéia que equivale a um voto. Se os seguidores mais fanáticos percebessem essa natureza teatral da política, talvez se mostrassem menos intolerantes.

É claro que virar a cara, fazer careta, ameaçar, quebrar placas e rasgar cartazes durante o fervor da campanha é quase inevitável. Até hoje, que eu saiba, nenhuma determinação judicial conseguiu coibir esse tipo de ação. Mas continuar atravessando a rua sempre que vê um ex-adversário de campanha no mesmo lado da calçada, é infantilidade.

Os radialistas, jornalistas e comunicadores em geral são as maiores vítimas dessa guerra – apesar de serem eles os fogueteiros da campanha. Pouca gente percebe que, ao entrar numa disputa política, na maioria das vezes, o comunicador está tão somente tentando resolver seus problemas financeiros. São muito raros os que participam de uma disputa dessas por puro ideal.

Mas a comissão de frente não quer conversa: se o sujeito não é do nosso lado, é o inimigo, o “mal”, e deve ser combatido, se possível exterminado. Costuma-se atribuir qualidades demoníacas aos adversários, como se eles fossem de fato aliados do capeta. Não foram poucas as vezes que ouvi, em períodos de campanha, alguém dizer que os adversários são o “mal”, enquanto nós somos o “bem”. Vi gente rezando o Pai Nosso após esses pronunciamentos, numa espécie de sessão de exorcismo. Algo parecido com o discurso de George Bush quando se preparava para bombardear Bagdá e assassinar alguns milhares de inocentes.

Não é por acaso que muitos radialistas, publicitários e jornalistas procuram ficar afastados das campanhas. Sabem que após a ressaca eleitoral, aqueles que participaram, principalmente os derrotados, ficam “marcados” durante meses, ou para sempre. Poucos estão dispostos a entender que o comunicador é um profissional como qualquer outro, com a diferença de que o seu produto é a comunicação. Durante a campanha ele vai tentar a todo custo vender o seu peixe. E se não se mostrar eficiente, acabará jogado fora do mercado.

Alguns puristas acreditam que o verdadeiro político não deve entrar no jogo, não deve fazer alianças, não deve conversar com determinados “setores”. Mas quem não entra no jogo, não tem a mínima possibilidade de ganhar. Temos exemplo disso na alta esfera brasileira. O mal não está no enfronhar-se no jogo político. O mal (ou o bem) está na forma como se trata a coisa pública depois de eleito.

DIREITA NA OPOSIÇÃO?!

A raiva, a falta de classe e os ineficientes ataques do setor oposicionista tornam-se cada vez mais evidentes, agora que se afunila a corrida eleitoral. Os representantes dos podres-de-rico estão tendo terríveis dificuldades em construir uma crítica consistente, visto que todos os temas realmente criticáveis do atual governo estavam na pauta de todos os governos que o antecederam. As pedras retornam com força dobrada aos arremessadores.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.