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Opinião
04/05/2006 - 09h02
A Internet na escola, experiências e usos
João Luís Almeida Machado
 

A Internet revolucionou o mundo. Não há como deixar de reconhecer as mudanças efetivadas pelo surgimento da rede mundial de computadores em praticamente todos os setores de atividade humana. Em alguns segmentos, as alterações foram tão abrangentes que estabeleceram estruturas praticamente novas para seu pleno funcionamento, como no caso das atividades bancárias e comerciais.

Em outros setores, a inserção da Internet segue a passos firmes, porém não tão velozes. É o que se percebe, por exemplo, no que se refere à educação. Podem ser questionados os resultados da entrada nas escolas das Tecnologias de Informação e Conhecimento (TICs), apesar da percepção generalizada de que nos últimos anos têm sido vultosos os investimentos no setor, tanto da iniciativa privada quanto da pública.

Podem argumentar alguns leitores que o avanço é nítido e perceptível em função do rápido surgimento de laboratórios de informática, cursos de computação, materiais específicos para o ensino na área, profissionais especializados nas escolas e até mesmo pela proliferação de trabalhos educacionais na Web. Sem dúvida, podemos vislumbrar a materialização do sonho das tecnologias sendo incorporado ao cotidiano das escolas. No entanto, a aquisição e disponibilidade de equipamentos e conexões de nada valem se não se efetivar um trabalho sério, responsável e, principalmente, pedagogicamente inteligente com todas essas ferramentas.

Montar laboratórios de informática e utilizá-los apenas para algumas poucas atividades de pesquisa ou de uso de CD-ROMs é um enorme desperdício de tempo, recursos materiais e trabalho humano. Utilizar os computadores apenas como ferramentas intermediárias, que agilizam a produção de textos, planilhas, slideshows ou alguns outros softwares de aplicação geral, também não condiz com as expectativas e possibilidades educacionais desses instrumentos.

A propósito, é de fundamental importância os educadores não esquecerem de que todos esses equipamentos são necessários - parte da realidade atual e futura da educação no Brasil e no mundo, extremamente úteis e ágeis -, mas que não devem ser considerados como fim e, sim, como meio para a efetivação de uma educação mais qualificada.

A utilização desses recursos não deve promover o esquecimento ou o ocaso de todos os outros instrumentais próprios do trabalho educacional utilizados até o presente. Livros, revistas, jornais, filmes, lápis, caderno, borracha, canetinhas coloridas, cartolina, tesoura e tantos outros aliados do trabalho dos professores devem continuar sendo utilizados e, de preferência, em consonância com as práticas relacionadas às Tecnologias de Informação e Comunicação.

O encantamento pelos computadores e, especialmente, pela Internet, tem ofuscado os outros recursos e, em determinados casos, até mesmo sepultado boas idéias, práticas e trabalhos. Sou partidário das tecnologias na sala de aula e demonstro através de minha atuação enquanto professor que realmente as utilizo e que acredito em sua eficácia. Entretanto, sempre ressalvo que o maior aliado do trabalho em educação é e sempre será o livro.

Ao propor atividades diferenciadas que envolvem leituras, pesquisa em sites da Internet, produção artística, análise de filmes ou outras estratégias, o professor estimula os alunos e evita que eles simplesmente copiem e colem informações da Web ou de enciclopédias. Ao trabalhar com Internet, cabe ao professor também sempre indicar sites e portais em que as informações sejam confiáveis. O Planeta Educação, através da coluna "Dicas de Navegação", apresenta aos professores uma relação de portais e sites relacionados a educação, cultura, tecnologia, ciência, arte e outros temas de importância para ajudar na pesquisa pela rede mundial de computadores.

O que mais desejamos é conseguir que nossos alunos caminhem apoiados por seus próprios pés, que se sustentem em cima da bicicleta depois que os auxiliamos nas primeiras pedaladas e depois dos tombos iniciais. Queremos que nossos estudantes encabecem as revoluções que esperamos venham a acontecer no futuro, que liderem as pesquisas que vão varrer a Aids e o Câncer do planeta, que sejam os homens e mulheres que irão assinar as leis que acabam com a pobreza e as enormes desigualdades sociais que assolam o planeta, que quebrem os recordes, assinalem novas teorias e assombrem o mundo com uma arte totalmente renovada.

Como conseguir isso se as escolas não dão ferramentas, autonomia e combustível para a realização de todas essas façanhas? Onde estão tais instrumentos? Quais são os caminhos? O maior recurso que possuímos é a nossa incrível capacidade de aprender, de nos aperfeiçoar, de implementar soluções nas condições mais diversas.

Só aprendendo a pensar com qualidade iremos realizar o vôo de Ícaro, a viagem às profundezas mais distantes dos oceanos previstas por Júlio Verne ou, até mesmo, a amar de forma profunda e infinita como nas obras de Shakespeare.


Nota do Editor: João Luís Almeida Machado é editor do portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br), mestre em Educação, Arte e História da Cultura, professor universitário e pesquisador.

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