Sim, há algo em comum entre Lula e as Casas Bahia. Que o leitor releve o fato de nosso maior magistrado descer de sua majestade para virar garoto-propaganda de uma empresa privada, em detrimento de todos os outros competidores. Afinal, todos sabemos que Lula não sabe exatamente onde está, nem exatamente o que diz, mas sabe muito bem o que quer: a reeleição. Não tem noção nem da gafe e nem do escândalo explícito de que se revestiu o seu gesto tresloucado. Quer pegar carona no sucesso dos outros, esquecendo-se da liturgia do poder.

E o que há de comum entre Lula e as Casas Bahia? O fato de Samuel Klein, seu fundador, ser um imigrante que chagou sem nada ao Brasil e tornou-se um self-made-man, um exemplo de empreendedor bem sucedido. Com o ressalto de que fez de seu mercado os pobres, os “bahianos” migrados aportados em São Paulo, que vieram constituir as classe C, D e E das estatísticas dos mercadólogos. Mas apenas no ato migratório reside a semelhança, porque Lula, em tudo e por tudo, é um oposto de Samuel Klein. De trabalhador simples caminhou para a militância sindical e para o ativismo desordeiro dos subversivos, fato que lhe pavimentou o caminho para a Presidência da República. Por isso Lula é solidário e veste o boné de tudo que é representante da desordem e do atraso, dos que afrontam o Estado de Direito, de todos que fazem do desrespeito à lei seu modo de vida, dos inimigos da democracia. É o rei do MST, dos malfeitores feitos prisioneiros, dos rebelados das Febens, um apoiador das invasões de terras, da afronta ao direito de propriedade, dos tresloucados de toda ordem, dos consumidores de drogas, dos praticantes do aborto, dos apologistas à homossexualidade. Tudo que é torto e errado tem em Lula um defensor ardoroso.

Samuel Klein, para Lula, representa tudo que odeia: o patrão, o homem rico, aquele que trabalha e não depende de nada do governo, que é senhor de seu próprio nariz. Pior, tem a ousadia de gerar milhares de empregos, esse “explorador” sem piedade da classe trabalhadora. Samuel Klein e todos aqueles que trabalham e geram a riqueza nesse país são os inimigos jurados de morte pelos socialistas, camaradas de Lula, que têm nele seu representante máximo.

Sua presença na inauguração no centro de distribuição das Casas Bahia mostrou o contraste vivo das duas biografias. Lula tem contribuído decisivamente para o atraso político do Brasil. Como presidente tem feio o mal por atacado, tem apequenado o Brasil no cenário internacional, tem estimulado os vícios da preguiça e da vadiagem. Tem feito reverência aos ditadores nanicos e irrelevantes, como Hugo Chávez, Fidel Castro, o governo chinês, a Coréia do Norte, tem se alinhado com os terroristas do Oriente Médio – e o maior de todos os males – tem afastado o Brasil de seu maior aliado, os EUA.

Não deixa de ser notável que Klein, um judeu, tenha se confraternizado com um inimigo declarado do Estado de Israel, um apoiador ostensivo dos inimigos que não hesitarão em incinerar os residentes no território judeu, inclusive com armas atômicas.

Seu governo tem sido medíocre e retrógrado. Sua reeleição poderá finalmente colocar os engenheiros sociais em marcha forçada no rumo do socialismo, que para isso só nos falta a abolição formal da propriedade privada. Lula e o PT querem mesmo é fazer de nossa Pátria uma grande Cuba tropical. Jamais esconderam seu objetivo, explícito nos programas e documentos do PT e nas atas do Foro de São Paulo.

Fico imaginando Lula ao lado de Samuel Klein. Que contraste! Um, um destruidor e malfeitor; o outro, um construtor e benfeitor. É a vida. Fosse eu Samuel Klein não aceitaria um garoto-propaganda com uma história dessas, mesmo de graça. Não vale o preço. Dado é caro. Qualquer coisa que ajude esse sujeito a se reeleger é uma maldição para o Brasil.

Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL – Associação Nacional de Livrarias.