13/09/2025  11h07
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
10/05/2006 - 09h21
Da traição voluntária
José Nivaldo Cordeiro - Parlata
 

Tem sido divertido ler os comentários dos petistas e esquerdistas em geral aos artigos anteriores que escrevi sobre a questão boliviana. Variam do desaforo insensato a uma tentativa de "conversão" à causa petista, fazendo um apelo a uma suposta racionalidade superior da nossa política externa e tomando a defesa de Lula, como se ele fosse um estadista e não o que de fato é, um idiota posto a tomar as maiores decisões nacionais. Lula é absolutamente despreparado para os misteres do cargo que ocupa.

Alguns ficaram escandalizados porque citei depreciativamente a "douta" Marilena Chauí. Atenção: não disse que ela é ignorante, que de fato não é. Disse que é maliciosa, no sentido exato da expressão: alguém que pratica o mal e que induz os outros à malignidade, com plena consciência do que faz. Chauí é mendaz, Lula é apenas um apedeuta que não sabe muito bem o que faz e no fundo é só um ator, um ídolo das multidões, um puxador de votos.

A somatória da ignorância com a malícia está destruindo nosso país e o que se passa na política externa é apenas a face - como direi? mais exterior - do grande drama da Nação brasileira. Falta pouco para um desfecho catastrófico no âmbito interno. Deus queira que a democracia possa ser o instrumento eficaz e suficiente em si mesmo para poupar-nos dos horrores da terra devastada que estou vislumbrando.

Recapitulemos. Nossos barbudinhos sonhadores que tomaram conta do país e do Itamaraty não têm a noção exata nem da natureza humana e nem de como se dão as relações entre os Estados. Até por definição, pois sem corar, sem demonstrar vergonha pelo ato falho, dizem-se socialistas, sem saber que tal coisa é uma tremenda confissão de ignorância e de mau-caratismo. Acharam que os chavões que gastaram nos discursos, nos artigos e nas praças públicas iriam mudar a realidade nua e crua das relações internacionais. Bestas muito mais argutas e muito mau-intencionadas, como Hugo Chávez e Fidel Castro, usaram e abusaram da boa fé dos neófitos e medíocres petistas. Os dois fizeram não o Brasil de bobo, mas o seu governo apequenado, romântico e parvo. Chávez, como aliás a maior parte dos governantes sul-americanos, sempre viu o Brasil com um misto de medo e despeito. É sentimento imemorial que provavelmente vem desde a celebração do Tratado de Tordesilhas, que nossas Entradas e Bandeiras dele fizeram letra morta.

Nunca esqueceram as guerras de fronteira que foram ganhas, com a Argentina, com o Paraguai, com a própria Bolívia. Não dá para não lembrar do heróico Plácido de Castro, que incorporou o Acre à bala. Chávez mistura esses sentimentos menores com sua ânsia de liderança internacional. Seu nacionalismo torna-se internacionalista quando tem a oportunidade de prejudicar os interesses brasileiros, como agora. Perderam o medo porque aqueles que deveriam ser os guardiões tornaram-se traidores voluntários da Pátria. Enquanto essa gente tíbia e pusilânime mandar no Brasil o sargentão venezuelano vai casar e batizar e cocaleiros ridículos irão exibir músculos contra o Brasil. Uma única ação varonil do lado de cá poria as coisas nos eixos, entre outras razões porque é o poder real do Brasil que tem sustentado a opereta bufa que tem sido o seu governo, sobretudo em face aos norte-americanos.

A mim me incomoda a cegueira de alguns analistas, como li no artigo do embaixador Rubens Barbosa ("A desintegração regional"), publicado no Estadão. Lá ele escreveu: "O populismo nacionalista de Chávez... está fazendo com que suas ações estejam na raiz do atual processo de desintegração regional". Ele estaria certo se Chávez se limitasse ao exercício do poder interno. Ocorre que ele está fazendo um eixo em torno das propostas do Foro de São Paulo, que é um conluio revolucionário em escala internacional, que serviu como uma luva para que ele, Chávez, passasse a contrariar os substantivos interesses da Nação brasileira.

O problema do episódio da Bolívia é que ele não tem como se esgotar nele mesmo. Todos os países vizinhos que possam ter alguma pendência poderão agora, feito o paradigma da covardia diplomática, querer tomar decisões unilaterais, rasgando tratados, contratos e acordos livremente pactuados com o Brasil. Para retornar a situação anterior, de equilíbrio, temo que o Brasil só o conseguirá pelas vias militares. A América do Sul poderá ser incendiada em virtude dessa mistura de ignorância e malícia que tomou conta do governo brasileiro.

Se um homem lúcido como Rubens Barbosa escorrega assim na análise, o que dizer dos barbudinhos do Itamaraty, essa síntese grotesca entre o romantismo, a arrogância e a ignorância? Em quatro anos de Lula conseguiram destruir um equilíbrio geopolítico que dura mais de cem anos. Não é pouca coisa. Só Hitler conseguiu tal proeza, em curto período de tempo. E já sabemos no que deu. Em política internacional quem fala mais alto são as armas e elas estavam caladas até agora. Valha-nos Deus.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.