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Crônicas
14/05/2006 - 07h06
Elementar, meu caro...
Rúbia Gomes
 

Poucas coisas nos marcam como as primeiras. Primeiro emprego, primeiro carro, primeiro filho, primeiro dia do ano, primeira vez, primeiro amor...

Para muitos, primeiro amor significa amigo de infância, esbarrão na biblioteca, olhares que se cruzam numa tarde de domingo. De repente tudo muda, e alguém teima em aparecer na sua cabeça a todo instante. Às vezes, primeiro beijo é sinônimo de boas recordações e sorrisos. A idealização do desconhecido que finalmente se revela.

Tem gente que diz que não se deve casar com o primeiro namorado. Ou namorada. Mas acho que é uma forma de dizerem pra você aproveitar a vida, e não tentar apressar a felicidade. Pode ser que essa não seja uma boa teoria. Afinal quem disse que saber viver é não se envolver? Como já escreveu Luís Fernando Veríssimo, "ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir 10 ao mesmo tempo". Meu primeiro amor foi lindo, intenso, apaixonado, e como quase todos, completamente cego. Quando o perdi, acreditei não haver dor maior. O tempo me mostrou estar errada. Hoje vejo que pior que sofrer a dor de uma perda, é chorar a solidão de nunca ter tido.

Na vida, temos amores que vêm e vão. Não o primeiro. Esse vem, mas fica. Fica nas lembranças, suspiros, ou arrependimentos. Alguns prefeririam jogá-lo na escuridão do esquecimento. Mas não dá. Sempre haverá cheiros, lugares e frases que trarão inúmeros fatos à sua memória.

Mas muito mais importante do que o primeiro amor é o último. É por ele que nascemos, esperamos, e vivemos. É ele que alimenta a nossa esperança. É o último amor que sorrirá na velhice e amará em todo o tempo. É esse amor, esquecido e às vezes desprezado, que realmente importa. Elementar, como diria Sherlock Holmes.

O último amor poderá nos encontrar numa sala, numa esquina, ou em alguma manhã de nossas vidas. E provavelmente no dia em que menos esperamos. Por isso, pode ser que demoremos para reconhecê-lo, mas o que não se pode mesmo é deixá-lo passar.

É o último amor que consola, acompanha, entende, e cura as feridas que deixam os inúmeros tropeços do coração.

O primeiro amor aguça os instintos. O último alcança a alma. Acalma. E faz feliz.


Nota do Editor: Rúbia Gomes é estudante de jornalismo.

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