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Opinião
15/05/2006 - 13h12
Melhor uma amante argentina
João Nemo - MSM
 

Um dito vulgar, próprio de certos ambientes mais antiquados e tradicionais, referia que três coisas eram infalíveis para levar um homem à ruína: cavalo de corrida; sítio bonito e amante argentina. De certo modo acho que as três coisas tinham algum fio de ligação e todas já soam anacrônicas. Para perder no jogo já há meios bem mais eficazes que os páreos; é preciso ser meio louco para ter sítio e depender de caseiro (Palocci que o diga); e as mulheres argentinas já não são, creio eu, tão refinadas como durante o reinado da senhora Evita. Não sei bem porque, mas esse chiste me veio à lembrança ao pensar, como não poderia deixar de ser, nas aventuras do grande estadista que nos preside. Ele próprio: o supremo apedeuta.

Dirão muitos que nenhuma dessas coisas tem a ver com o nosso amado líder. Respondo: antes tivesse. Se a trilha de desperdício do tagarela máximo da República fosse essa, seria comparativamente modesta e, além disso, talvez à custa do próprio dinheiro, gastando parte do que amealhou em décadas de trabalho suado ninguém sabe onde, enquanto esperava para cumprir o papel histórico único que lhe foi destinado desde Pedro Álvares Cabral, “neste país”.

O governo Lulla especializou-se em jogar dinheiro fora. Fora de onde deveria estar ou ser usado, bem entendido. Nem falemos do Aerolula, mas o que causa pesadelos mesmo é o tipo de amizades que ele gosta de cultivar. Senão vejamos:

Ainda nem era presidente quando aquele queijeiro bigodudo veio da França para destruir um plantio experimental de soja no Rio Grande do Sul durante o tal Fórum Social Mundial. Já em campanha, o nosso líder foi posar com os socialistas franceses em Paris e aproveitou para dizer que eles e o bigodudo tinham razão em serem protecionistas. Depois de eleito, então, partiu pelo mundo afora distribuindo absolvições de dívidas na África e por todo lado, principalmente onde houvesse um ditadorzinho, fosse uma figura obscura qualquer no Gabão, fosse o indefectível Fidel, objeto de desejo de tantos companheiros. Ou seja, em vez de uma apetitosa argentina, o nosso apedeuta prefere babar e ser amante espiritual de um bando de ditadores de opereta e demagogos, onde quer que ele possa encontrá-los. Em relação à Argentina propriamente dita, ele e os “nacionalistas” do Itamaraty se contentam em fazer concessões comerciais inadmissíveis à custa do couro das empresas brasileiras que investiram em produtividade.

Vejamos mais alguns episódios. Vem um dirigente chinês por aqui e reconhecemos os campeões mundiais do “dumping” como economia de mercado. Logo em seguida, eles nos agradecem criando um artifício para rejeitar a nossa soja vendida na alta e depois comprá-la de novo na baixa. Um negócio da China.

Vamos, então, aos amigos mais próximos. Um bom tempo antes das eleições, quando ainda tinha eventuais repentes de sinceridade, Lulla vai à Venezuela, retorna e tranqüiliza a todos: “Chávez pensa como eu penso”. O incrível é que ninguém ficou preocupado, talvez por não se acreditar que a folclórica figura pensasse alguma coisa. Ledo equívoco, porque não é nada que preste, mas pensa. Atualmente o BNDS faz jogo duro com o metrô de São Paulo enquanto financia o de Caracas; Chávez ameaça pagar em bolívares por ativos brasileiros na Venezuela e Lulla mostra entusiasmo pelo gasoduto trans-sulamericano que considera uma obra tão importante quanto a Muralha da China que julga, provavelmente, ter sido construída para deter Napoleão, cuja passagem por lá foi uma revelação inédita que o nosso estadista fez ao mundo.

Agora, em mais um rasgo de generosidade, o presidente e outras autoridades do governo arvoram-se em defensores da estupidez cometida na Bolívia por um governante tão incapaz e irresponsável a ponto de não perceber que as maiores vítimas da sua insanidade serão os bolivianos. Só alguém ainda mais insano investiria, ou continuaria investindo em um país onde se expulsa uma siderúrgica, se cerca refinarias com exército e se desapropria empreendimentos responsáveis por 15% do miserável PIB que têm, além de pagar mais de 20% dos impostos do país. Lulla e os seus asseclas lembraram-se, neste caso, que a idéia de consumir gás boliviano e investir por lá não foi deste governo, vem de longe, o que é verdade. Mas o “amigo” é dele; quem comemorou a vitória de um índio cocaleiro para presidente foi ele; quem confraterniza com todos os malucos que encontra e é destaque no tal Foro de São Paulo é ele. Pior, aposto quinhentas patacas que se não tivesse o apoio do outro amigo “bolivariano” e a certeza da “compreensão” do nosso apedeuta, o tal bugre fajuto não entraria nessa. Por pertencerem ao mesmo clube eles se entendem, nem que seja a portas fechadas, como se estivessem tratando de assuntos particulares.

A frase que mais circulou, pronunciada por diversos membros do PT e do governo é “nós reconhecemos a soberania boliviana”. Ora, isso não é novidade. Desde o Barão do Rio Branco já reconhecíamos, o que é muito diferente de admitir roubo como método de ação política, seja lá, seja cá. Mas para a quadrilha, como diria o Procurador Geral da República, roubo e vandalismo são bem aceitos e merecem gordos repasses de verbas. Assim, lá vai o dinheiro que nos é extorquido, numa carga tributária indecente e em ascensão, para financiar o cangaço dos MSTs e Vias Campesinas da vida; é usado para aliviar a barra de ditadores sanguinários, fanfarrões ou ambas as coisas; para alimentar os sócios formais ou informais de um projeto de poder sem limites.

Em resumo: Lulla é muito caro para o Brasil e seus amigos e comparsas mais ainda. Precisamos, urgentemente, de um Presidente mais em conta, ou então vamos todos à ruína e nem, ao menos, podemos matar a curiosidade de saber como é ter uma amante argentina.


Nota do Editor: João de Oliveira Nemo é sociólogo e consultor de empresas em desenvolvimento gerencial.

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