13/09/2025  11h11
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
E-mails à redação
15/05/2006 - 07h07
Bolívia: o desafio do desenvolvimento sustentável
Rui Alves Grilo
 

A recente queda de braço entre o governo da Bolívia e uma empresa brasileira serve bem como exemplo do conflito entre desenvolvimento e sustentabilidade.

Com a crescente degradação dos recursos naturais e seus impactos sobre a vida no planeta, não só dos seres humanos mas também dos animais e vegetais, levantou-se a questão de que o desenvolvimento teria que levar em consideração não apenas a população atual mas as futuras gerações.

Será que um pai ou uma mãe teria coragem de usar inadequadamente um recurso se soubesse que esse uso iria impedir a vida de seus filhos ou causar a morte deles?

É este o desafio que o mundo moderno tem que enfrentar pois hoje temos consciência que grande parte dos recursos naturais são finitos e se não soubermos usá-los não haverá condições de vida para as próximas gerações.

Todos sabem que a Bolívia é um dos países mais pobres das Américas; portanto a instalação de uma usina siderúrgica poderia criar novos empregos e verbas para o país. No entanto, o local onde ela seria construída é próxima ao Pantanal, um dos mais ricos ecossistemas do mundo e patrimônio da humanidade. Cada vez mais o Pantanal se afirma como um dos destinos prediletos dos turistas, proporcionando a abertura de muitos postos de emprego e geração de renda para a população local.

Os metais são recursos que estão em extinção e o processo de extração e transformação é altamente poluidor. As medidas para reduzirem a poluição geralmente encarecem o processo de produção e, muitas indústrias, para se livrarem das leis que obrigam a instalação de recursos para a redução da poluição, buscam países onde a mão-de-obra é mais barata, a legislação é mais branda ou onde a possibilidade de corrupção dos agentes fiscalizadores seja mais fácil.

O próprio Evo Morales afirmou que a instalação da indústria vai contra as leis do país e a obrigação do governo é zelar para que as leis sejam cumpridas. Se a empresa estava num estágio avançado de construção, algo deve ter ocorrido nesse meio de campo. Será que os funcionários ou instituições responsáveis pela fiscalização não viram a construção da indústria?

A miséria e a luta pela sobrevivência cotidiana, muitas vezes leva o povo a apoiar ações que podem comprometer a sua própria sobrevivência futura, como vimos nas ações de apoio à permanência da empresa; portanto, essa é uma decisão que não é fácil de ser tomada porque sempre desagradará alguns.

O Brasil é um país muito maior que a Bolívia e que possui um grande número de jazidas minerais; então, fica a pergunta: por que essa firma deixou de construir aqui para construir na Bolívia.


Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor em Ubatuba (SP).
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "E-MAILS À REDAÇÃO"Índice das publicações sobre "E-MAILS À REDAÇÃO"
13/04/2019 - 07h39 9ª Mostra Maré Cheia de Cinema
10/02/2019 - 07h25 Resposta ao ministro
12/04/2018 - 05h46 Desabafo de uma munícipe de Ubatuba
12/01/2018 - 06h50 Desabafo de um ambulante de Ubatuba
01/11/2017 - 07h31 Descaso estatal com Ubatuba
28/10/2017 - 08h45 A falta de `lei do silêncio´ em Ubatuba
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.