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Crônicas
20/05/2006 - 10h00
O PCC não é o PC
Moacyr Scliar - Agência Carta Maior
 

O terror urbano desencadeado pelo PCC em São Paulo aponta para numerosos erros: erros no sistema penitenciário, erros na política de segurança pública, erros na questão do controle da droga, principal fonte de renda da bandidagem, erros no relacionamento entre os níveis do poder público. E assinala também um antigo erro da esquerda: a transgressão seria, antes de tudo, um resultado da miséria; mais que isto, uma forma de corrigir os efeitos da má distribuição de renda. Em outras palavras, os assaltantes equivaleriam a Robin Hood, aquele que roubava dos ricos (melhor dizendo: confiscava) para dar aos pobres. Um raciocínio que acabou se estendendo ao terrorismo, visto como uma forma de resistência à opressão. Interessante é que tanto o terrorismo quanto a transgressão exploraram esta crença, através de doações aos mais pobres e de medidas de apoio social.

Os acontecimentos da capital paulista comprovaram (se é que isto ainda precisava ser comprovado) que tal idealização não corresponde à realidade. Não há dúvida de que a pobreza é um caldo de cultura para a transgressão; mas, uma vez que esta surge, torna-se uma entidade autônoma, um negócio com seus próprios meios e seus próprios fins. Muito diferente da concepção revolucionária dos teóricos comunistas, que falavam em luta de classes, mas luta no sentido mais amplo, abrangendo greves e movimentos de protesto. Em matéria de violência, aliás, os comunistas eram mais vítimas do que vilões, e a história de Olga Benario é disso um exemplo típico. O PC, Partido Comunista, não era o PCC.

O Brasil teve muitos e famosos criminosos. Um deles foi o carioca Lúcio Flávio, ladrão de bancos conhecido por seus assaltos arrojados e suas fugas audaciosas, que inspirou um filme dirigido por Hector Babenco, com Reginaldo Faria no papel principal. Jovem, charmoso, Lúcio Flávio despertava admiração e já estava em vias de se tornar um herói, quando ele próprio disse uma frase que, em sua rude simplicidade, define as coisas: “bandido é bandido, polícia é polícia”. Obviamente, há ocasiões em que policiais dão uma de bandidos, e ocasiões em que os bandidos parecem justiceiros, mas esta não é a regra e nem deve servir de diretriz para uma política de combate à violência. Que, claramente, comporta duas fases: uma, emergencial, de repressão policial; outra, de longo prazo, de correção das desigualdades e da patologia social de modo geral. Não são excludentes. Excludentes são o PC e o PCC.

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