Com a chegada do frio, uma das doenças mais temidas começa a se manifestar. Trata-se da meningite, que se não for tratada adequadamente pode deixar seqüelas ou mesmo levar à morte. Por ser contagiosa e com maior incidência no frio, pode ser disseminada facilmente em locais onde há grande aglomeração de pessoas, sem a ventilação apropriada, como é o caso de transporte coletivo e escolas. "A contaminação é um perigo muito grande e ocorre em lugares públicos e fechados, por isso, é fundamental ter uma ventilação adequada mesmo com as temperaturas baixas", salienta a neurologista Ana Lucila Moreira Carsten, do Instituto de Neurologia de Curitiba, situado no Hospital Ecoville.

A doença atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e pode ser causada por vírus ou bactérias. "A meningite é uma doença decorrente de uma inflamação da meninge (membrana localizada no cérebro) através de um líquido chamado líquor. A mais comum nesta época do ano é a meningite bacteriana", explica a neurologista.

A meningite bacteriana pode ser dividida em meningocócica e pneumocócica. A primeira ataca mais as crianças e adolescentes, e abrange a faixa dos 4 aos 19 anos, já a pneumocócica atinge mais os adultos. Os sintomas mais freqüentes são dores de cabeça contínuas, febre alta, secreção, tosse, rigidez no pescoço e mal-estar. "Conforme a gravidade, a meningite causa sonolência e crise convulsiva. É uma doença que pode deixar seqüelas e causar danos ao cérebro, perda de audição e dificuldade de aprendizado. Algumas pessoas, principalmente as com maior dificuldade financeira e de informação chegam a morrer em suas casas por falta de atendimento", alerta a especialista.

O diagnóstico precoce permite que a doença seja tratada a tempo de evitar maiores complicações e garanta uma boa recuperação. O exame é realizado através da retirada do líquido que causa a inflamação, o líquor da espinha. "Depois de confirmada a doença, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, o paciente deve ser internado para receber o devido acompanhamento e medicação adequada", orienta a dra. Ana.