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SEÇÃO
Crônicas
02/06/2006 - 14h10
Como fazer sucesso sem fazer força
Artur de Carvalho - Agência Carta Maior
 
(ou "Auto-ajuda numa hora dessas?")

Brasileiro gosta de atalho. Acho que tem alguma coisa a ver com a tal Lei do Gerson, aquela, de levar vantagem em tudo. A gente vê um atalhinho e já entra nele, achando que tá ganhando muita coisa com isso. O problema é que nem sempre a gente sai ganhando com um atalho. Tente cortar caminho através de um beco escuro em São Paulo que você vai entender o que eu estou querendo dizer. Mas esse tipo de atalho até que nem é o mais perigoso de todos. O perigo mora, mesmo, nessa molecada que está aí, dando as caras para o mundo. Veja bem. Há não muito tempo atrás, um dia a gente acordava com uma idéia. Podia ser aí qualquer idéia, uma coisa pra falar pro mundo, uma invenção, qualquer coisa. Aí você parava e pensava: como é que eu vou fazer para que a humanidade fique sabendo dessa minha nova idéia? Aí a gente ia pensar se fazia uma música com a nossa idéia. Ou se ia escrever um livro. Ou se ia fazer um filme. Ou se ia fazer uma graduação na USP. Depois de fazer uma dessas coisas, e com um pouquinho de sorte, algumas pessoas resolviam comprar a nossa idéia e a gente, surpreendentemente, acabava ganhando algum dinheiro com a empreitada.

Agora a coisa mudou. ANTES de ter a idéia, a pessoa resolve pegar um atalho e já pensa: o que é que eu posso fazer da vida para ganhar algum dinheiro? Conforme o estado das coisas, o melhor mesmo é fazer um concurso. - Mas que concurso? - Qualquer concurso. Para o Tribunal de Justiça, para Auditor Fiscal, um que dê bastante dinheiro. Ou então compor uma música. É, uma música! - Mas que música? - Oras, qualquer música. O que é que está tocando agora nas rádios? Rap? Vamos fazer um Rap. Sertaneja? Vamos aí, você e eu, eu faço os altos, você faz os baixos, e está pronta nossa dupla. Ou então um livro. - Livro? - É, um livro, assim, tipos, o Código da Vinci, que venda uns milhões de cópias e que depois vire filme de cinema, ou mesmo uma novela. Quer dizer, a molecada está começando pelo FIM. Elas querem pegar um atalho para o dinheiro, sem passar pelas idéias, pelos estudos e pela produção.

Tudo bem. Se elas querem assim, eu também não vou me meter. Mas vai ser mesmo uma pena quando elas descobrirem que curtir o caminho pode ser muito mais gostoso que a própria chegada. Porque, pode acreditar: nós só estamos vivos enquanto caminhamos.

A chegada é só... o fim.

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