É sabido, e reconhecido pelo próprio MST, que em 2002 eram 60 mil famílias acampadas e que hoje esse número está em torno de 230 mil, ou seja, foi praticamente multiplicado por 4. Segundo Marina Santos, da coordenação do MST, o "crescimento" se explica porque os "... os trabalhadores se organizaram nos acampamentos com a esperança de que Lula fosse resolver os problemas da reforma agrária". Como não resolveu, e a própria Comissão Pastoral da Terra (CPT) reconhece que a Reforma Agrária regrediu em relação ao governo FH, vem o governo Lula e, às vésperas da eleição presidencial, faz vazar a notícia de que seu governo "... está estudando incluir trabalhadores rurais sem terra no programa Bolsa-Família". Se isso se concretizar - e eu espero que a Justiça Eleitoral não permita tal disparate - fica configurado a reedição "moderninha" do voto de cabresto. Aliás, nem precisa se concretizar, basta ter ventilado essa possibilidade e o atual presidente não somente terá estimulado o "inchaço" do número de famílias acampadas, como também terá encabrestado no mínimo uns 2 milhões de votos. Com a palavra a Justiça Eleitoral. Nota do Editor: Rodrigo Borges de Campos Netto é cientista político.
|