No inverno o risco de um infarto do miocárdio, arritmia grave ou morte súbita são maiores. Segundo o cardiologista Dr. Paulo Roberto Chizzola, coordenador do Setor de Cardiologia do Hospital e Maternidade São Camilo de Santana, nos meses de junho, julho e agosto de 2005, houve um aumento de cerca de 20% nos casos de internação por doenças cardíacas em relação aos outros meses do ano.

Isso acontece porque o frio acarreta um aumento da atividade metabólica e um maior gasto energético. Dessa forma, o coração que apresenta uma certa disposição para doença ou que já tenha alguma alteração, mas encontra-se estável, por ter que trabalhar, pode manifestar sintomas agudos que precisem de tratamento imediato ou ajuste dos medicamentos em uso.

Mas esse risco pode ser prevenido com alguns cuidados. Para isso, o Dr. Chizzola recomenda que os pacientes em tratamento cardiológico ou aqueles que ainda não apresentam doença cardíaca, mas que tem histórico familiar bem como os portadores de diabetes, hipertensos, homens acima dos 40 e mulheres dos 50 anos que estejam acima do peso ou com o nível de colesterol acima do recomendado devem consultar um cardiologista antes do inverno.

Além disso, o Dr. Chizzola alerta a população de risco a nunca realizar esforços ou práticas esportivas não habituais sem uma adequada avaliação cardiológica. Após a constatação de algum risco de doença cardíaca, o próprio cardiologista determinará a periodicidade da reavaliação. Se a pessoa não apresenta nenhum fator de risco, mas preocupa-se com a saúde, o cardiologista pode ajudar na orientação de uma vida mais saudável, com práticas de exercício mais adequada à capacidade física individual, uma alimentação adequada sem os abusos de comidas gordurosas e calóricas, que é muito comum no inverno, como os ensopados, embutidos, queijos gordurosos e bebidas achocolatadas.

O que é o infarto do coração? - É a morte (necrose) das células do músculo cardíaco pela interrupção do fluxo sangüíneo em uma das artérias do coração (coronária). Essa interrupção acontece pela formação de um trombo (coágulo) geralmente por ruptura de uma placa de ateroma (gordura acumulada na parede da artéria). Quando isso acontece, geralmente é acompanhado por dores no peito, irradiado para o ombro ou braço esquerdo, mas também pode irradiar para o pescoço, mandíbula, para as costas ou mesmo para o epigástrico (popularmente conhecido como boca do estômago) o que pode ser confundido como gastrite. O atendimento imediato possibilita o diagnóstico precoce e a intervenção em tempo hábil para a desobstrução da coronária. Pessoas que sobrevivem a um infarto podem voltar a ter uma vida normal se adotarem os hábitos de vida saudáveis.

O que é insuficiência cardíaca? - É o coração que não funciona adequadamente, não consegue bombear o sangue de forma adequada em conseqüência de um infarto do coração, ou por hipertensão arterial não tratada, ou por qualquer outra doença que atinja o coração. Pode ser identificado por cansaço, falta de ar ao realizar esforços, tosse noturna e piora da falta de ar quando se está deitado, por inchaço nas pernas e palpitações. A insuficiência cardíaca mata mais que os cânceres, em geral, só sendo menos maligna que o câncer de pulmão. O tratamento da insuficiência cardíaca avançou muito nos últimos 10 anos, e permite hoje que o paciente seja mais bem monitorado com significativa redução dos sintomas e diminuição da mortalidade.