Querido compatriota: É natural que estejas desmoralizado. Depois de tantos esforços para derrubar Chávez, o homem continua na Presidência destruindo já não só nossa pátria, como o continente inteiro. Além disso, amplos setores da oposição, em lugar de organizar a desobediência civil, se empenham em promover uma saída eleitoral que não existe e, para cúmulo, nem sequer escolhem um candidato único, senão que postulam vinte. Com efeito, o panorama parece desolador. Entretanto, querido compatriota, esse quadro que vês, esse peso que sentes, esse desalento que te sufoca, é pura fantasia, é realidade virtual. A verdadeira realidade, a que se imporá pela força dos fatos, é outra muito diferente. Chávez enfrenta três formidáveis obstáculos: em primeiro lugar, o fracasso moral e ideológico de seu projeto. Seu governo está fazendo tudo aquilo que tanto condenava há alguns anos e, inclusive, seu desempenho é muito pior que os dos governos anteriores. Hoje em dia, Chávez e a equipe que o acompanha constituem a principal fonte de sua própria destruição. Em segundo lugar, Chávez pretende modificar a identidade histórica dos venezuelanos, cujo orgulho sempre foi a libertação do continente, e agora observam - horrorizados - como se promove desde Miraflores a escravidão comunista na região; semelhante contradição é insustentável. E em terceiro lugar, Chávez enfrenta o rechaço dos povos e das instituições dos países ibero-americanos, que resistem a serem submetidos por um tirano estrangeiro. Nenhum governante é capaz de vencer semelhantes barreiras, nem sequer com a assessoria de Fidel Castro e o inesgotável talonário de cheques da PDVSA. Chávez cairá, que não te caiba nenhuma dúvida; porém isto não ocorrerá pela via eleitoral, senão por meio de uma rebelião generalizada. Neste momento não parece factível porque a sociedade está adormecida; contudo, o próprio Chávez desatará a tormenta, ao continuar provocando as poderosas forças da História e da natureza humana. O destino de Chávez está selado; sua queda é inevitável. Todavia, há que preocupar-se com a anarquia que sobrevirá depois, devido à falta de uma liderança com autoridade moral e de instituições que guiem a Nação em meio da crise. Tradução: Graça Salgueiro (*) (*) Carta escrita por Alejandro Peña Esclusa a seus compatriotas venezuelanos mas que se aplica perfeitamente bem aos brasileiros. Fonte: www.fuerzasolidaria.org
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