Um assunto delicado
Disfunções sexuais masculinas e o uso de preservativos são duas situações distintas e incongruentes. Os riscos dessa incongruência recaem integralmente sobre a mulher. O alerta é dado pelo Dr. Alfredo Romero, médico especializado em sexualidade humana e diretor do Ibrasexo - Instituto Brasileiro para Saúde Sexual. O uso de preservativos femininos são a saída segura para mulheres, cujo parceiro apresente algum tipo de disfunção erétil. "Uma patologia como essa afeta o comportamento do homem, sua segurança e sua postura pessoal, incluindo-se aqui a busca de parceiras sexuais fora do relacionamento. As mulheres, nesse caso, são a parte mais fraca e precisam se proteger". Dr. Alfredo Romero trabalha com disfunções sexuais há 20 anos e já viu de tudo em seu consultório. A área de especialização para a qual se dedica envolve nuances sociais, culturais e até religiosas, antes de ser tratada como um caso de saúde. O fato é que se para alguns homens o uso de preservativos nas relações sexuais é inibidor, se este homem fizer parte de até 20% daqueles que apresentam algum tipo de disfunção erétil, aí é que a camisinha será sublimada. "Situações como essas são muito mais comuns do que se imagina. Mas a mulher não pode abrir mão de se proteger e deve optar pela camisinha feminina. O recurso é de fácil aplicação e independe da vontade do homem", alerta. Os casos de HPV (papiloma vírus humano), tipo de vírus precursor do câncer de colo de útero, entre outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), atingem níveis de pandemia no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorrem 340 milhões de casos de DST/ano no mundo, sem contar herpes genital e HPV. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são 137.080 os casos de HPV registrados. Os novos casos de contaminação por HIV - AIDS no Brasil, no ano passado chegaram a cinco milhões e foram registrados três milhões de óbitos em decorrência da infecção, apesar de todas as informações conhecidas em relação à contaminação e prevenção. "As autoridades sanitárias precisam dar mais atenção ao preservativo feminino" encerra.
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