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Opinião
05/06/2006 - 12h01
No Reino da traição
José Nivaldo Cordeiro - MSM
 

A análise do colunista José Nêumanne publicada no Estadão de 31/05/2006 ("A gala dos tucanos no baile dos petistas") foi tão perfeita, tão cirúrgica e tão apavorante que eu não poderia deixá-la sem algumas observações. E o faço, meu caro leitor, porque tenho a consciência histórica do que estamos vivendo, como Aron e Ortega tiveram no início dos anos trinta. Vivemos tempos muito perigosos e mais o são porque as nossas elites econômicas e políticas são completamente ignorantes e despreparadas para o enfrentamento que teremos.

Nêumanne aponta que três grandes forças dentro do PSDB já estão cristianizando Alckmin desde agora: o grupo de José Serra, o de Aécio Neves e o de Tasso Jereissati. Na prática isso equivale a eleger Lula ainda no primeiro turno, com todas as implicações eleitorais pertinentes, a começar pela eleição de uma boa bancada federal ligada à chapa governista. Esses líderes fazem isso porque ficaram infelizes com a candidatura do ex-governador de São Paulo, por motivos variados. Jereissati tem no irmão o maior financiador do PT, Aécio supostamente ganharia com a eleição de Lula, viabilizando-se para a sua sucessão, daqui a quatro anos, e Serra talvez por puro rancor, por ter perdido a legenda. Não encontro nada de substantivo para a efetivação dessa traição política.

Repriso aqui o que significará a vitória de Lula, sobretudo se for consagradora, no primeiro turno: 1- Quebra de qualquer responsabilidade fiscal, fato que já estamos vendo. A inflação galopante voltará, assim como os déficits na balança comercial, quebrando o Brasil; 2- Aceleração da política antiamericana e terceiro-mundista, isolando ainda mais o País e reduzindo a sua importância geoestratégica. Episódios como o da Bolívia poderão ser multiplicados por causa da frouxidão da política externa; 3- Atrelamento ainda maior do governo Lula aos interesses de Chávez e do Foro de São Paulo, estimulando a revolução em todo o Continente; 4- Elevação da carga tributária e da regulamentação da atividade econômica, fatos que na prática abolirão o que resta de livre mercado; 5- Aumento do ativismo político como nunca visto, impedindo uma vida normal e pacífica. A Segunda-feira Negra de 15 de maio será nada perto do que as milícias que se autodenominam "movimentos sociais" farão. MST, PCC e seus assemelhados ficarão muito à vontade para colocar em ação suas táticas de guerrilha; 6- Se governos estaduais importantes, como o de São Paulo, caírem nas mãos do PT esse processo sofrerá aceleração dramática, em situação como a que temos visto na Venezuela, de pré-guerra civil.

A social-democracia, em todo mundo, tem feito o abre-alas político para a chegada dos revolucionários ao poder. Estamos vendo, ainda uma vez, o mesmo velho filme, com a diferença de que os ditos revolucionários aprenderam muito desde a Revolução de 1917, no plano internacional, e com Jango, entre nós. E já temos quarenta anos de revolução gramsciana consolidada entre nós. E, pior, os EUA não olham para o que se passa por aqui, a América do Sul não existe no mapa político da Casa Branca. Os brasileiros que amam a liberdade e sabem do perigo que ela está a correr só podem contar com suas próprias forças. Se a elite, econômica assim como política, nada enxerga e parte para as eleições para entregar o poder inocentemente, passando por cima da corrupção documentada, do que tem feito o MST, o PCC e o próprio Congresso Nacional contra aqueles que trabalham, da revolução reiteradas vezes anunciada, fica-se numa situação absurda. Estamos diante do abismo, nele seremos precipitados pela tacanhez, pela burrice e pelo oportunismo daqueles que não conseguem ter senso de perigo para o mal em ação e que teriam a responsabilidade de liderar a Nação.

Lembremo-nos de Lênin. Lembremo-nos de Hitler. Lembremo-nos de Chávez. Os processos que conduziram seus países ao desastre guardam muitos paralelos com o que está acontecendo aqui e agora. Quem viver verá.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP.

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