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Opinião
06/06/2006 - 15h18
Sustentabilidade - lição de cidadania
Karina Tagata - Pauta Social
 
A importância e o valor de atitudes voltadas à sustentabilidade

O primeiro mito que devemos derrubar quando se fala em sustentabilidade e responsabilidade social é o da filantropia. É extremamente válido ajudar uma creche, montar uma biblioteca, restaurar uma praça, instalar latas de coleta de lixo seletivo na porta da empresa ou enviar cestas básicas a desabrigados. Porém, embora pareça um conceito primário, muitas organizações ainda confundem essas ações esporádicas e pontuais como compromisso com a cidadania, que é o cerne dos conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social. Para que essas ações tenham mais que um caráter figurativo, é preciso que os valores que as motivaram estejam presentes dentro da cultura da organização. Afinal, é pelo exemplo que conseguimos o comprometimento e a sistematização de melhores práticas de respeito ao cliente, ao meio-ambiente, ao próprio funcionário; em resumo: à própria organização e à sociedade.

Implantar e fazer acontecer dentro da organização sistemas de gestão que assegurem essas boas práticas e, com isso a longevidade e comprometimento com as gerações futuras, é extrapolar o marketing oportunista e colocar em prática o principio que rege, ou pelo menos deveria reger, nossa vida em sociedade: o respeito.

Por se tratarem de atitudes voluntárias, as empresas que optam por implementar e certificar seus sistemas de gestão acrescentam um outro diferencial a seus produtos e serviços. A liderança se torna um dos componentes do valor institucional da marca. Dar a cara numa consulta pública, escancarar o modus operandi da organização, colocar-se à prova pelo crivo de uma auditoria independente, buscando a melhoria contínua dos processos, é atitude que somente verdadeiros empreendedores são capazes de tomar. É certo que, em muitos casos, a pressão da cadeia produtiva obriga a organização a implementar um sistema, a demonstrar um mínimo de preocupação com o meio-ambiente e com as partes interessadas. Não importa. Como não vivemos num mundo perfeito, essa pressão é salutar, tem um efeito multiplicador e funciona como uma peneira: quem não se adequar estará fora do mercado em poucos anos. O que nos traz de volta a uma das definições sobre sustentabilidade: a da permanência e da competência para sobreviver.

Limpar o próprio quintal é o começo dessa empreitada. Mais que uma demanda comercial, hoje a certificação ISO14001 é um marco do comprometimento das organizações nos primeiros degraus dessa escalada rumo à sustentabilidade. Gerenciar os riscos ambientais associados à atividade econômica e tratar de minimizá-los com ações pró-ativas é um esforço que o mercado e o consumidor já entendem e exigem de forma cada vez mais freqüente.

Olhando para o chão de fábrica, o escritório, o balcão de loja, quando falamos de práticas comprometidas com a cidadania - portanto com a sustentabilidade e responsabilidade social -, as normas de gestão social aparecem como uma ferramenta de gestão extremamente significativa, pois denotam que somos capazes de conhecer e exercer os direitos e responsabilidades que cabem a cada um de nós dentro do contexto organizacional. O resultado é uma equipe motivada, a união dos funcionários em torno de objetivos concretos que se refletem num aumento de produtividade, diminuição de passivos trabalhistas, riscos de acidentes, do desperdício e redução de conflitos, indicadores tangíveis e mensuráveis dentro do planejamento estratégico.

Se pegarmos a estrada rumo ao campo e aplicarmos essas ferramentas de gestão de forma ainda mais ampla, contemplando as inter-relações entre a atividade econômica e as comunidades que vivem da floresta, por exemplo, nosso conceito de sustentabilidade ultrapassa a barreira urbana e se aplica também ao ambiente silvícola através do Selo Verde.

As certificações florestais são capazes de unir dentro de um único sistema de gestão as preocupações ambientais, sociais e econômicas. Os princípios e critérios que regem a atividade florestal traduzem de forma prática a conformidade e performance que a organização precisa demonstrar em cada um desses segmentos, dando voz à sociedade, assegurando que os riscos são conhecidos e tratados e a atividade em si é lucrativa. Graças aos resultados obtidos no manejo florestal, tais modelos se expandem atualmente para outras atividades agrícolas.

A importância e valor de atitudes voltadas a sustentabilidade, desencadearam toda a abordagem dos MDL’s - Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, como uma forma de compensar a poluição gerada por determinada atividade por meio da compra de créditos de carbono. É a maneira que organizações que ainda não dominam tecnologias capazes de diminuir o impacto ambiental de suas atividades encontraram para recuperar o dano causado, resgatando seu valor perante um mercado cada vez mais preocupado com o futuro do planeta.


Nota do Editor: Karina Tagata é Business Development da SGS do Brasil.

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