Yes, of course, no!!!! "Money que é good nós não have"! E lá se vão coleções de apóstrofos e "s" nos bares do Brasil: Silvinho´s, Amigo´s, Lucinho´s. Fora isso temos inúmeros exemplos do inglês no nosso cotidiano: "for sale", "off", "in", "on", "push", "stop shop", "drive thru", e tantos outros. Mas, porque isso ocorre? Bom, foquei no inglês porque é a língua mais difundida em nossa sociedade, devido à potência e hegemonia dos EUA. E nossa cultura valoriza o que é de fora (e isso não é novidade pra ninguém), temos exemplos de Nike, Coca-cola, Disneylândia, e encaramos o que vem (ou o que lá buscamos) do exterior como melhor. Assim, nada mais chamativo que um apóstrofo. Escrever "for sale" é mais "chick" (nos olhos empreendedores) e concomitantemente atrairá mais clientes (mesmo que não seja muito difundido o significado da frase). Concordo que, como estamos no Brasil, devemos escrever - e falar - em português. Mas, compreendo essa valoração do que é de fora. Acho que tem até uma lei pra ser aprovada (ou talvez já tenha sido - alguém sabe?) que proíbe essas utilizações. E, confesso (não deveria) que discordo. Isso porque, mesmo que não aceitemos, o inglês já faz parte de nossa cultura. Muitas palavras já fazem parte de nosso vocabulário (fácil perceber com as palavras "shopping", "mouse", "parking" - temos muitos exemplos) e usamos e abusamos de estrangeirismos. Muitas vezes julgamos como "feio" / "de pobre" nomes cheio de "y", "k", "w", mas não paramos pra refletir como nos são passados como "importantes" e "chick´s" pelo próprio cinema hollywoodiano. E é essa cultura que entende como o de fora como bom, que nós criticamos. Criticamos e mantemos. Não gostamos dessa integralização (e em muitos fatos também eu não gosto), mas não paramos para compreender como nós a movemos. Movemos quando escolhemos a marca estrangeira, quando falamos em inglês entre nossos amigos no Brasil, quando estampamos frases em outro idioma em nossas roupas, carros, quartos. Quantos brasileiros não tentam a vida no exterior? Exemplos da movimentação dessa engrenagem são muitos. Falar inglês é "chick", alemão então nem se fala. Alguém arrisca japonês? E só temos a ganhar com isso, lá vem o abajur, armazém e tantas outras também nessa filinha. Ponto pra nós falantes. Viva os neologismos, as integralizações, os estrangeirismos. Compreensão, sim. Não aceitar é um ponto de vista e, como tal, deve ser pessoal e nosso. Arriscar idéias prévias até vai, mas pré-julgamentos sem estudos, não dá. E aí? O que você acha do estrangeirismo em nosso idioma? Big hug! Bye! Nota do Editor: Carina Vieira é colunista da seção Iscas Linguísticas do site www.lucianopires.com.br, estudante de Letras pela Faculdade Asa de Brumadinho (MG), é pesquisadora de Lingüística e Literatura, e pela interdisciplinaridade com a Psicanálise. Escritora de crônicas de assuntos diversos de reflexão individual e coletiva, e artigos acerca da educação.
|