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SEÇÃO
Crônicas
11/06/2006 - 13h41
Otimismo que assusta
Marcelo Russio
 

Olá, amigos. Em todas as Copas que vi (acompanho todas desde 1982) e nas poucas que trabalhei (1998 e 2002), jamais vi um ambiente como o que se vê entre os brasileiros para a Copa de 2006. Faltando pouco para o início da competição, é possível dizer que, se alguém fizer uma lista de favoritos, haverá dois grupos: um formado pelo Brasil e outro formado pelos demais.

E, pasmem, quem mais acha o Brasil favorito são os brasileiros. Nos meus 32 anos de vida, jamais vi algo semelhante, nem mesmo em 1982, quando era comum ver pessoas criticando a convocação de Telê Santana, e havia nomes questionados entre os 22 atletas de então.

Em 2006 não existe nenhum atleta contestado, o otimismo é total, o favoritismo idem e todos só falam em coisas positivas. O lado negativo aparece quando se comentam coisas tolas, como as saídas noturnas ou as bolhas nos pés de Ronaldo. Nem mesmo a notícia de que o Real Madrid estaria contratando Kaká abalou o clima do grupo, o que seria impensável na Copa de 2002, apenas para citar um exemplo mais recente.

Não sei se fico feliz ou apreensivo, mas certamente é uma situação inusitada ver o Brasil em uma Copa do Mundo no nível de favoritismo que vemos os EUA no basquete, ou Michael Phelps na natação, ou Roger Federer no tênis. Não que tenhamos no esporte menos qualidade que os atletas citados, longe disso. Somos até mais credenciados que todos eles. Mas, diante do nosso histórico de preocupação (ou do eterno complexo de vira-latas que o mestre Nelson Rodrigues tão bem diagnosticou), é diferente e curioso.

*

Parece que realmente não aprendemos. Ronaldo gordo? Com bolhas nos pés? Saindo à noite? O que importa isso? Ronaldo fez o que fez em 2002 com problemas físicos muito mais sérios. Temos é que ter esperança em Ronaldo, que está a um gol de superar Pelé em Copas do Mundo, e a três de ser o maior artilheiro da história das Copas. Mesmo falando isso sempre, será que já nos tocamos da real dimensão disso? E será que nos demos conta de que é nas grandes competições que um jogador como Ronaldo se motiva a ser cada vez mais presente nos livros de história?

*

A praga das zonas mistas chegou com tudo à Copa do Mundo. Não vemos matérias ou declarações diferentes dos atletas. Vemos, ouvimos e lemos sempre a mesma coisa, sintonizando qualquer emissora ou acessando qualquer site que seja. Definitivamente o trabalho de jornalista ficou mais sem-graça. Saudades das reportagens exclusivas, dos papos à beira do campo e das grandes reportagens de craques da imprensa esportiva, que iam às competições com liberdade para conversar com atletas que tinham prazer em falar.

Isso, sim, dá saudade.

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