26/04/2024  05h18
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
17/06/2006 - 14h11
Os sem-terra e os sem-vergonha
Mario Guerreiro - Parlata
 

Confesso que não me surpreendeu nem um pouco a recente invasão dos sem-terra ao Congresso. O que me surpreendeu foi o fato de eles não terem matado nenhum deputado, já que motivos para tal não faltam, não só para eles mas também para muita gente. Não mataram, mas feriram muitos funcionários e seguranças do Congresso, tendo feito o chefe da segurança ir parar na UTI com afundamento do crânio. Atingiram, desse modo, as pessoas erradas, mas isto não quer dizer, de nenhum modo, que aprovemos esse ato bárbaro de vandalismo, mesmo que eles tivessem atingido as pessoas certas.

Invadiram e depredaram tudo o que encontravam pela frente. Vi, com estes olhos que a terra há de comer, uma mulher ensandecida destruindo a marretadas um terminal de computador e um grupo tresloucado destruindo um carro que seria o prêmio de uma rifa dos funcionários do Congresso. E pensar que o pessoal da segurança da casa tem ordens expressas para não usar suas armas em defesa do patrimônio público e de si próprios diante de turbas enfurecidas. Os baderneiros de todas as catervas têm de ser tratados com carinho e compreensão, mesmo que ponham em risco o patrimônio público e a vida daqueles que tem o dever de zelar pelo mesmo. Pensando bem, não entendo por que o Congresso tem seguranças portando armas e pondo em risco a integridade física e até a vida daqueles que desejam fazer uma invasão pacífica e uma depredação democrática, mas tudo dentro da lei e da ordem.

Há muita gente que acha que, em casos como esse, os seguranças deviam mandar balas na cambada de arruaceiros. Mas eu não! Acho que, em vez de balas, eles deviam distribuir bom-bons e flores. MAKE LOVE NOT WAR! Afinal de contas, estamos nos tempos de Lulinha Paz e Amor, que trata com carinho e compreensão até mesmo aquele patife boliviano que expropria propriedades brasileiras, sem nenhuma consideração pelos contratos firmados por duas nações supostamente civilizadas.

Como tenho dito, os sem-terra são uma maioria de miseráveis que não sabem muito bem o que fazem, liderados por uma minoria de sem-vergonhas, que sabem muito bem o que fazem. No caso dessa invasão, ela não foi feita pelo MST de Stédile, mas sim por uma facção dissidente, o MLST (Movimento pela Libertinagem dos Trabalhadores Sem-Terra) cujo líder - por sinal preso em flagrante no ocorrido - é Bruno Maranhão, que não pode ser considerado um sem-terra, porque mora num apartamento de luxo na Praia da Boa Viagem em Recife (PE). Filho de usineiro marxista, tal como Miguel Arraes, ele é Secretário Nacional dos Movimentos Populares - que são essas maltas de desqualificados, contando com verba e beneplácito de Lulla. Além disso, Bruno Maranhão é membro da executiva nacional do PT. É fantástico! O Estado financiando destruidores dos patrimônios público e privado! Só mesmo no Brasil.

Na realidade, o PT sempre teve dois poderosos braços. Nas cidades, a CUT e no campo, o MST e suas variações. Um voltado para a preparação de guerrilhas urbanas, outro de guerrilhas camponesas. Mas enquanto não chega o momento propício para a deflagração da revolução do proletariado, Lulla vai dando empregos públicos para o pessoal dos sindicatos - Já empregou mais de 30.000 militantes da CUT - e gordas verbas para os sem-vergonha organizarem invasões dos sem-terra. Acham que estou delirando? Então, aguardem a próxima brincadeira dos sem-terra. Acham que eles já foram longe demais? Não foram, estão apenas experimentando até onde poderá ir nossa quase-ilimitada complacência para com quadrilhas que não as de festas juninas.


Nota do Editor: Mario Guerreiro é Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica. Membro Fundador da Sociedade de Economia Personalista. Membro do Instituto Liberal do Rio de Janeiro e da Sociedade de Estudos Filosóficos e Interdisciplinares da UniverCidade. Autor de obras como Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000). Liberdade ou Igualdade (Porto Alegre, EDIOUCRS, 2002).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.