O táxi encostou no meio-fio, e parou. Duas mulheres lindas e bem-vestidas saltaram pela porta traseira, trocando tapas e desaforos. E teriam rolado aos agarrões pela calçada, não fosse a presteza do motorista em sair do carro e colocar-se entre ambas, serenando os ânimos. A mais velha olhou com imenso desconforto para os curiosos em volta, pagou ao taxista com uma nota de cinqüenta reais, sem esperar troco, e afastou-se rapidamente, puxando a mais nova pelo braço. Saíram de mãos dadas, chorosas, e atravessaram a rua no primeiro sinal. Do meu posto de observação no Princesinha da Ilha, pensei comigo: "Cara de uma, focinho da outra." Batata. O motorista de táxi entrou no bar, pediu um chope, e, olhando para o meu lado, percebeu que eu já estava de bloquinho em punho, cara de foca, aguardando um esclarecimento. "Mãe e filha", disse ele, entre pesaroso e zombeteiro, "brigando por causa do namorado." "Da filha?", indaguei. "Das duas", respondeu. Sem dar-se conta de que várias mulheres ali perto tiravam uma casquinha de nossa conversa, ainda caprichou: "Pelo que eu pude entender, brigaram porque o malandro anda machucando mais a coroa." Bebeu o chope de um só gole, pagou e deu o fora. De leve..., como dizia o outro.
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