Mesmo a poucos dias da chegada do inverno, ainda há tempo para quem quiser se proteger contra a gripe, tomando a vacina contra o vírus Influenza. A enfermidade já foi até batizada com o nome do atacante Ronaldo em algumas regiões, porque deixa o doente parado, sem ânimo e derruba o "time" inteiro. Aparentemente banal, a gripe é uma doença infecto-contagiosa que ataca todos os anos entre 10 a 20% da população mundial - algo em torno de 600 milhões de pessoas - e tem como principal complicação a pneumonia. Os sintomas clássicos da gripe são febre, mal-estar e dores musculares, acompanhados eventualmente de tosse e dores de cabeça. "A vacina é a forma mais eficaz de se prevenir contra a gripe", afirma o médico João Toniolo, professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal (Unifesp) e membro do Grupo Regional de Observação da Gripe (Grog). Como o vírus Influenza é mutante, as doses da vacina são atualizadas anualmente de acordo com os três subtipos do vírus (cepas) circulantes no hemisfério sul. Neste ano, as doses foram preparadas para proteger a população contra as cepas A/New Caledonia/20/99, A/Califórnia/7/2004 e B/Malasya/2506/2004, identificadas pela rede de vigilância epidemiológica ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Para todas as idades A vacinação contra a gripe é recomendada para todas as idades, com exceção de crianças até seis meses de idade e grávidas no primeiro trimestre de gestação. Uma das faixas etárias mais importantes é de crianças de seis meses dois anos, porque estudos internacionais apontam que as taxas de infecção e internação são altas, semelhantes a dos idosos. Por isso a Sociedade Brasileira de Pediatria inclui em seu calendário de vacinas, desde de junho de 2005, a imunização contra a gripe para crianças entre seis meses e dois anos de idade. "As complicações da gripe nesta faixa etária são semelhantes aos de crianças maiores com doenças cardíacas e pulmonares", observa o pediatra Gabriel Oselka, médico do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. No pronto-socorro da unidade, 70% dos 5.200 casos atendidos em março foram provocados por doenças respiratórias. A expectativa do hospital é de que até agosto esse total aumente em até 40%. A médica Isabella Ballalai, presidente da filial do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), explicou que a criança é o maior disseminador da gripe, porque seu organismo precisa de mais tempo para eliminar o vírus Influenza, o que aumenta o tempo de transmissão. Tanto o adulto como a criança transmitem o vírus antes e depois de ficarem doentes. Por isso, os médicos recomendam que toda a família seja imunizada. "A proteção que hoje no Brasil se concentra no idoso deve ser estendida para toda a família, porque a criança adoece, apresenta complicações e acaba levando a gripe para dentro de casa", diz João Toniolo. Prevenção ajuda trabalhadores e empresas Por conta dos problemas provocados pela gripe, o número de empresas promotoras de campanhas internas de prevenção à doença no Brasil saltou de 300 para mais de 3.500 em menos de dez anos. A redução dos índices de absenteísmo, do consumo de medicamentos e de consultas ao departamento médico sinalizaram às empresas que investir na prevenção contra a gripe contribui não só para melhorar a qualidade de vida dos funcionários e seus familiares, mas também para a saúde financeira das corporações. "A prevenção da gripe e de outras doenças evitáveis com vacinação demonstra o interesse da empresa em proporcionar melhor qualidade de vida a seus colaboradores", comemora Arlindo Gomes, presidente da Comissão Científica da Associação Nacional de Médicos do Trabalho (Anamt). "A gripe é a principal responsável por faltas ao trabalho", revelou Isabella Ballalai. Em 2005, o American Journal of Medicine publicou pesquisa do médico Michael Rothberg, informando que a gripe atinge entre 5 a 10% dos trabalhadores. A vacinação anual contra a gripe pode reduzir em 57% o número de casos de gripe, perdas no trabalho e consultas médicas. No Brasil, existem poucos dados oficiais para mensurar os efeitos da gripe sobre o dia-a-dia das empresas. O Guia para Vacinação do Trabalhador Saudável no Brasil, lançado no último Congresso Paulista de Medicina do Trabalho, revelou que as empresas de fumo e de bebidas, seguidas pelo setor bancário, são as que mais economizariam ao adotar um programa de vacinação contra gripe para seus funcionários. O guia foi resultado de um trabalho conjunto entre a Anamt e a Sanofi Pasteur. Vacina segura e bem tolerada Importada da França, a vacina contra gripe produzida pela Sanofi Pasteur é segura e bem tolerada. "Por serem compostas por vírus inativados (mortos), as doses não podem causar a gripe e, diferentemente das vacinas com vírus inteiros, proporcionam ótima tolerância, com baixos índices de reações adversas", afirma a gerente-médica da Sanofi Pasteur, Jéssica Presa. Líder mundial na pesquisa e produção de vacinas, a Sanofi Pasteur é a divisão de vacinas do grupo Sanofi Aventis e fornecedora exclusiva do governo Brasil das 20 milhões de doses utilizadas na Campanha Nacional de Imunização de Idosos e vacinação de outros grupos de risco - como indígenas, profissionais de saúde, pessoas com problemas crônicos de saúde, que podem-se agravar com a doença. Para sanar dúvidas sobre a gripe, o laboratório mantém o website www.vacinagripe.com.br, que oferece dados sobre a doença para o público leigo, médicos e empresas.
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