Surpresa! O MLST recebeu quase R$ 6 milhões do governo Lula! Surpresa! O líder desse movimento pertence à elite do partido governista, sentando entre os 13 membros de sua executiva nacional! Surpresa! Esse partido tem uma diretoria só para conceber, criar e desenvolver seus bem-comportados movimentos sociais! Surpresa! A invasão do Congresso, cuidadosamente planejada pelas lideranças do MLST, visava atingir o parlamento! Surpresa! Bruno Maranhão está em todas as listas dos dez maiores amigos de Lula! Surpresa! Lula critica o vandalismo, mas nem sequer menciona o líder do MLST e da invasão. Surpresa! Lula está surpreso! Pois é. Nada há de surpreendente em qualquer desses fatos. O que não era sabido era previsível. As coisas sempre funcionaram assim. Há duas décadas, o PT tem nos movimentos sociais sua massa de manobra. Eles invadem, depredam, ameaçam, submetem proprietários rurais a vexames, destroem laboratórios e plantações, roubam gado, furtam cargas, banqueteiam-se com o que não lhes pertence, desacatam ordens judiciais e instituem cárceres privados. À semelhança do PCC, formulam e obedecem a regras próprias, compondo verdadeiro estado paralelo, fora do Estado de direito. Porém, enquanto o PCC atua na esfera privada, os movimentos sociais vivem à custa do Estado. São indissociáveis do partido, células do mesmo organismo, braços do mesmo corpo e bolsos da mesma calça. Anualmente, anunciam e executam seus planos sempre vermelhos. Abril vermelho, agosto vermelho, outubro vermelho. E centenas de invasões mantêm o ambiente rural sob insegurança e medo. A invasão do Congresso estava alinhada com o interesse do governo, que deseja apresentar uma parte da verdade como se fosse a verdade inteira. Ou seja, quer fixar na opinião pública a tese de que a imaculada equipe de Lula - Dirceu, Palocci, Waldomiro, Gushiken, Okamotto, Delúbio, Silvinho, Duda, Marcos Valério, Lulinha e tantos outros - é constrangida a conviver com um Congresso que não presta. Surpresa! O pessoal está acreditando. Deve estar acreditando, inclusive, que é a oposição "furiosa" e não a base do governo, beneficiária do "mensalão", que vem absolvendo os envolvidos naquela patifaria. Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto e Presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública. Conferencista muito solicitado, profere dezenas de palestras por ano em todo o país sobre temas sociais, políticos e religiosos. Escreve semanalmente artigos de opinião para mais de uma centena de jornais do Rio Grande do Sul.
|