“Toda sociedade que não é abastecida por filósofos (pensadores) é ludibriada por charlatões”. (Condorcet) A cartilha “O COMBATE À CORRUPÇÃO NAS PREFEITURAS DO BRASIL”, convida os munícipes cidadãos a cuidar do progresso e do desenvolvimento de seus municípios combatendo os atrasos promovidos pela corrupção e os desvios do dinheiro público. “O combate à desonestidade nas administrações públicas deve estar constantemente na pauta das pessoas que se preocupam com o desenvolvimento social e sonham com um país melhor para seus filhos e netos” (página. 14). A seguir relaciona, alguns fatores que, quando presentes no município, são indicativos de corrupção. Entre eles estão: (página 25 e seguintes) - o histórico comprometedor da autoridade e de seus auxiliares; - falta de transparência nos atos administrativos do governante; - ausência de controles administrativos e financeiros; - subserviência do Legislativo e dos Conselhos Municipais; - baixo nível de capacitação técnica dos colaboradores e ausência de treinamento dos funcionários públicos; - alheamento da comunidade quanto ao processo orçamentário; - controle dos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, rádios, TVs) através da mordaça das verbas públicas; - financiamentos especiais a esses meios de comunicação para só divulgarem os atos positivos do governo e caluniarem opositores e pensadores independentes; - perseguições a opositores com calúnias, processos, dossiês ou ataques promovidos por “laranjas”; - sinais exteriores de riqueza dos ocupantes dos cargos públicos ou de seus familiares; - resistência das autoridades a prestar contas, responder requerimentos e a entregar documentos públicos requeridos por vereadores, ONGs, partidos políticos ou cidadãos comuns; - parentes e amigos trabalhando em cargos públicos independentemente de terem ou não qualificação para os cargos que ocupam; - falta de publicidade dos pagamentos efetuados; - perseguições a vereadores que pedem explicações sobre gastos públicos, contratos, empresas. “Esses, em geral, são marginalizados ou perseguidos pelo esquema de um prefeito corrupto, o qual se utiliza de qualquer motivo para dificultar a atuação desses vereadores, ou mesmo, para afasta-los da Câmara Municipal” (página 31); - licitações vencidas pelas mesmas empresas. A cartilha recomenda pesquisar se essas empresas existem nos endereços citados, se contribuíram com a campanha, se não são todas do mesmo dono ou grupo, se os que figuram como donos não são “laranjas” do prefeito ou de funcionários que seriam os verdadeiros proprietários; - não cumprimento das promessas de campanha e abandono daqueles colaboradores éticos, corretos, idealistas e que queriam a realização dos programas propostos, nas campanhas eleitorais; - falta crônica de recursos para os serviços básicos e para atender as reivindicações dos funcionários; - publicidade repetida das mesmas obras e serviços e a apresentação, como grandes obras, de ações simples de manutenção, como a limpeza de uma praça ou um muro de cemitério. Observados esses indícios, os cidadãos do município que tem esse tipo de governantes, devem tomar providências. Caso contrário o município ficará estagnado, não terá desenvolvimento e sofrerá de paralisia e atraso. Os munícipes não podem deixar de ponderar que: “Um administrador sério e bem intencionado escolhe como assessores pessoas representativas e que tenham reputação e capacidade administrativa. Deve-se desconfiar de grupos fechados que gravitam em torno do poder.” (páginas 27-28) Concluímos com uma frase clássica: “O DESCAMINHO NUNCA LEVARÁ AO CAMINHO”. “O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil”. Antoninho Marmo Trevisan e outros. Ateliê Editorial. 2004. Granja Viana. Cotia. SP. Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.
|