Morte do humorista Bussunda reafirma a importância de identificar os cuidados para prevenir o enfarte
A morte de Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda, sábado, 17, vítima de um ataque do coração, deixou milhares de fãs tristes e surpresos. O fato de o comediante de apenas 43 anos ter sofrido o enfarte fulminante deixou a população em alerta e reacendeu a importância de se conhecer e se prevenir contra os sintomas de um ataque cardíaco. "Identificar os indivíduos que podem sofrer ataques cardíacos, combater fatores de risco e fazer avaliação periódica são as formas de prevenção existentes", esclarece o cardiologista e médico especialista em Medicina Nuclear da Quanta Diagnóstico Nuclear, Dr. João Vítola. Também conhecido por infarto ou enfarte, o ataque cardíaco é a principal causa de morte relacionada a doenças do coração. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, elas matam por ano cerca de 15 milhões de pessoas em todo o mundo, correspondendo a 30% do total de mortes. O enfarte é o resultado da obstrução da artéria coronária, que acontece quando parte do coração não recebe oxigênio em quantidade suficiente. "O coração é um músculo que precisa de oxigênio, que é fornecido pelo sangue das artérias coronárias (vasos sanguíneos). Quando essa artéria fica bloqueada, o coração pode deixar de funcionar corretamente", explica o cardiologista do INC - Hospital Ecoville, Dr. Arnaldo Laffitte Stier Júnior. A causa mais freqüente dessa obstrução é a trombose, que resulta em uma espécie de "morte" de uma região do coração. Além disso, placas (fragmentos de colesterol) podem crescer no interior das artérias diminuindo seu diâmetro. Coágulos sangüíneos podem se formar nesta artéria estreitada e bloqueá-la. No momento de um ataque cardíaco o sintoma mais comum é a dor. Em algumas situações, pode ocorrer a angina de peito, que é uma dor forte, geralmente no meio do peito, que pode se estender para o braço esquerdo, pescoço ou mandíbula. Outros sinais são formigamento na região e alterações do ritmo cardíaco, que pode ocasionar uma parada cardíaca, complicações imediatas ou seqüelas futuras, como dilatação do coração e insuficiência cardíaca. A falta de ar, suor intenso, náuseas, fraqueza, tontura e palidez são outros sinais que podem indicar um infarto. "Como são sintomas muito comuns, as pessoas acabam não dando muita importância e não investigando. Pessoas com fatores de risco e que têm histórico na família devem ter atenção redobrada. O importante é sempre procurar um médico", explica Dr. Arnaldo. Qualquer sintoma deve ser investigado, especialmente por pessoas que se encontrem no grupo de risco. Fumantes, pessoas com alimentação com excesso de gordura, diabéticos, obesos, vítimas de estresse e pessoas com casos da doença na família se enquadram nesses casos. "Identificar esses indivíduos é muito importante. Essas pessoas devem se submeter a check-ups, que incluem teste de esforço, exames clínicos, além de outros específicos, que poderão identificar se essa predisposição é de alto risco ou de baixo risco", explica o cardiologista e especialista em Medicina Nuclear, Dr. João Vítola da Quanta Diagnóstico Nuclear. Um ataque cardíaco pode ocorrer rapidamente. Quanto mais precoce o diagnóstico, menor pode ser os riscos e as seqüelas. Quando acontece uma obstrução na artéria, seis horas depois já se tem um dano irreversível. Por isso, quanto antes se diagnostica, melhor. "O ataque cardíaco é muito rápido. O índice de mortalidade em pessoas que sofreram um ataque cardíaco é de 50%. Quando essas pessoas chegam até o hospital e, com o uso de todas as técnicas disponíveis, esse número cai para 6%", explica o cardiologista Dr. João Vítola. Diagnóstico A cintilografia de perfusão miocárdica é uma ferramenta importante de avaliação do risco de doenças do coração. Uma investigação rigorosa da doença pode ser um grande auxiliar para o tratamento e para a prevenção. O exame, que é requisitado pelos cardiologistas quando necessário, identifica as áreas do coração que estão recebendo fluxo sangüíneo, tanto quando a pessoa está em repouso ou quando ela está em movimento. "Com base no resultado desse exame pode-se definir o risco do paciente e, a partir daí, encaminhá-lo para o tratamento necessário", explica.
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