Os fatos já foram bastante noticiados, já substituídos pelos novos, na maçaroca diária de notícias que o mundo das comunicações nos traz todos os dias. Mas creio que ninguém discorda da gravidade do ocorrido. Não há como não repudiar isso, mas de forma muito firme. A invasão de um dos Poderes da República, ou de qualquer outro regime democrático, é um atentado gravíssimo ao Estado de Direito. Não há como não deixar de reconhecer que o Congresso Nacional não tem vivido os melhores dias dentro da ainda frágil democracia brasileira, especialmente na condução dos processos relacionados aos escândalos como "mensalões" de deputados e senadores, das diversas máfias setorizadas tais como a dos denominados "sanguessugas", mas nada justifica tais atos. O Congresso é um dos pilares do Estado de Direito Democrático e seu aniquilamento, seja pela subversão dos valores tradicionais de sua existência no mundo civilizado, seja pelo fechamento puro e simples, como proposto até por políticos, em reação aos atos de vandalismo com fins bem definidos, decretaria a instauração de algo impensável ao Povo Brasileiro: o totalitarismo. É certo que o Congresso Nacional deste país, assim como, o modelo político, legislativo e eleitoral, precisa ser resignificado e transformado, para que cumpra, com galhardia e honra, os preceitos pelos quais se justifica sua existência, mas tais transformações só podem ser feitas pela via da própria democracia, o que exige o mais absoluto preparo para o debate das idéias e ideais, na paz institucional do diálogo e das decisões majoritárias. Armas, violência e sangue não fazem mais parte do mundo civilizado da democracia. Os fatos indicam a cada vez mais urgente necessidade de focar as forças nacionais para o combate das causas, em especial da causa principal - o modelo concentrador dos poderes, inclusive do Legislativo Federal - pois quando o Congresso Nacional se torna refém da baderna, não falta muito para o que a Nação se torne refém daqueles que, pela via da baderna e do caos, pretendem se instalar no Poder, o que está claramente demonstrado pelas ações dos "movimentos dos sem alguma coisa". Neste sentido, urge chamar a atenção da Sociedade Brasileira para que conheça e se una à Causa Federalista (www.if.org.br) pela descentralização plena dos poderes hoje encastelados na Capital Federal, antes que seja tarde. Parece exagero, mas não é, pois isso tudo é como câncer. Vai se espalhando, avançando, sem que exista resistência ou sequer um planejamento de combate objetivo às inúmeras conseqüências que vão surgindo, uma encadeada à outra. Os atos não feriram apenas uma instituição, mas toda a Nação, uma verdadeira invasão na alma e no coração de cada brasileiro que tenha compreendido a gravidade do fato e, pior, vem se decepcionando com o relativismo legal na aplicação das sanções, pois nada do que se diga ou que se faça, resiste a simples lógica do que é certo e do que é errado. Só com a objetividade de projetos e propósitos, os quais se relacionam com os mais antigos desejos nacionais de ordem, de progresso, de liberdade e autonomia, fatores que, vigentes na sua plenitude, promovem o progresso e o desenvolvimento para todos os cidadãos que, na sua mais absoluta maioria, se dispõe a trabalhar pelo próprio sustento, em paz e respeito às instituições, tendo nelas, a confiança de suas verdadeiras funções, dentre as quais, a garantia de Lei e da ordem. Sem essas providências, a passividade vai cedendo, cada vez mais espaço, para perigosas ousadias. Pior quando as invasões se tornam ocupações... Nota do Editor: Thomas Korontai é agente oficial e consultor especializado em propriedade industrial (www.komarca.com.br), autor de centenas de artigos sobre propriedade intelectual, federalismo e comportamento, publicados em diversos jornais e revistas. Foi fundador e líder de diversas entidades e movimentos, e autor de ações populares de nível federal. Autor dos livros Brasil Confederação (1993 download gratuito em www.federalista.org.br), É Coisa de Maluco...? (1998) e Cara Nova Para o Brasil - Uma Nova Constituição para Uma Nova Federação, a ser lançado em breve. Propõe o federalismo pleno das autonomias estaduais e municipais desde 1991. Fundador e Presidente Nacional do Partido Federalista (em formação) e Presidente do IF Brasil - Instituto Federalista. Reside em Curitiba/PR.
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