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Opinião
28/06/2006 - 10h00
Zero a zero no jogo político
Eleno Mendonça
 

A campanha eleitoral agora está oficialmente aberta e tudo indica que, na tentativa de fugir de temas desagradáveis, o governo vai partir com tudo para o lado econômico das comparações entre as gestões de FHC e de Lula. É uma boa saída, do ponto de vista estratégico, mas é também um tanto perigosa. A verdade é que com número dá para fazer muita coisa. O que para muitos é pouco, para outros é muito. Desta forma, dá para pegar certos aspectos da economia e divulgar à exaustão de maneira a fazer parecer que determinada ação foi tão grandiosa e importante que merece o voto do mais cético. Isso de parte a parte. Não se engane Lula, nem FHC, nem Alckmin (ou Geraldo). Nesse jogo, haverá resposta condizente para cada crítica e o eleitor pode ficar no meio dessa batalha sem saber para que lado pender. É nessa incerteza que muito candidato, fora desse eixo, poderá se dar bem e fazer um bom papel nas eleições.

Menos de 24 horas após o presidente Lula ter falado como candidato que seu governo tem mais a mostrar que a administração de FHC ("Fizemos em 42 meses mais do que eles em oito anos"), o tucano decidiu contra-atacar. Na convenção que homologou a candidatura de José Serra ao governo de São Paulo, o ex-presidente foi taxativo: "Eles estão cacarejando sobre os ovos postos por outros. Não temo a comparação. Venham com qualquer tema. Chega de bazófia, de garganta. E esse presidente fala muito e, quando tem de fazer, deixa para os outros". Esse deve ser o tom da campanha? Cadê as propostas?

O certo é que a economia deve dominar. Lula vai jogar pesado com seus feitos sociais, Alckmin com o lado da estabilidade produzida na gestão tucana. Nessa altura do campeonato, com essa diferença de intenção de voto, duvido que essas bravatas mudem a idéia de alguém. Os candidatos têm de pensar no que farão nos próximos quatro anos, isso sim pode fazer com que uma pessoa se interesse em ouvir o discurso. Feita a reflexão, a pessoa pode pensar: puxa vida, isso é diferente, isso é novo, isso pode trazer muito emprego, isso pode tirar o peso da folha de pagamento e aumentar contratações, isso pode tornar os produtos mais baratos, isso pode ampliar a segurança, isso pode....

Enquanto não se derem conta disso, os candidatos perderão tempo e dinheiro, gastarão espaço e garganta, nada mais. Cada candidato deveria estar 24 horas pensando nesses termos: o que eu posso trazer de novo e revolucionário para fazer andar a economia, ampliar empregos, ampliar a segurança, acabar com a fome, tirar as crianças das ruas. Mas ao longo de anos o que vemos são as assessorias contratando levas de jornalistas para irem às ruas e colher depoimentos para serem editados falando bem do seu candidato e mal do outro; são assessorias colhendo números do passado para provar por A mais B que o fulano foi mais ativo, que pensou mais que o outro nos pobres, que trouxe maior crescimento. É um modelo, na minha opinião, totalmente ultrapassado.

A imprensa se importa pouco com isso. Gasta-se pouco o talento dos jornalistas no sentido de discutir as verdadeiras propostas, aquelas que vão guiar o País nos próximos anos, para dar lugar a xingamentos em seis colunas. O papel da imprensa pode ser determinante na mudança de rumo dessa história. Afinal, é preciso cobrar de todos o que eles têm de verdade para contar e que vá ou não mudar a vida da maioria dos brasileiros.


Nota do Editor: Eleno Mendonça também assina uma coluna no site MegaBrasil, é diretor de Comunicação da DPZ e âncora da Bandnews. Ele passou pelo Estado de S. Paulo, onde ocupou cargos como o de chefe de Reportagem e editor da Economia, secretário de Redação, editor-executivo e editor-chefe, Folha de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil.

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