Especialistas explicam porque as empresas devem estimular os trabalhadores a gerenciar bem o tempo
Tempo é dinheiro, dizem os capitalistas. E, com esse mantra em mente, trabalhadores e executivos do século XXI são estimulados a produzir cada vez mais, em menos tempo. "No início tudo vai bem. Movidos pelo desafio aos próprios limites e pela competitividade, respondem bem. Mas, sempre chega a hora na qual a mente e o corpo começam a padecer pelo excesso de trabalho e pela negligência aos demais aspectos existenciais", explica o médico e pesquisador Cláudio Portella, Membro da International Stress Management Association (ISMA). A principal vítima da frenética vida dos centros urbanos é um processo antigo, porém vital ao ser humano: a adaptação. Fundamental para o equilíbrio orgânico, ele demonstra que, apesar da evolução cultural e tecnológica, o homem moderno permanece com alguns dos mesmos mecanismos fisiológicos de milhares de anos atrás. "O descompasso entre a necessidade de adaptação e a aceleração constante traz consigo um componente bastante conhecido e vivenciado pelo Homus Rapidus: o estresse e as doenças relacionadas ao estresse", destaca Dr. Portella. Não é à toa que empresas públicas e privadas começam a oferecer programas que visam ensinar a gerenciar o tempo aos seus gestores e funcionários. Segundo a consultora Natália Portella, da Hollos, cresce a procura por palestras e oficinas sobre o tema. "Mais que ensinar a organizar a agenda, é necessário propiciar um espaço para o autoconhecimento. O primeiro passo para o emprego saudável do tempo é reconhecer como ele é usado em nossa vida, as atividades mais negligenciadas e o que precisa ser melhorado", afirma a consultora. O trabalho nas organizações engloba também a apresentação do impacto que o estresse gerado pela eterna falta de tempo causa sobre a saúde. "As empresas já sabem: ele custa caro e é responsável por cerca de 50% das situações de afastamento do trabalho. Mas só podem modificar essa realidade através da sensibilização de seus colaboradores", complementa Natália. Dicas para parar de brigar com o relógio . Para começar, faça um diagnóstico detalhado, preferencialmente de forma ilustrativa de como você usa o seu tempo no dia-a-dia, e verifique o que precisa ser mudado. . Programe e organize as tarefas cotidianas antecipadamente e por ordem de prioridade. . Não caia na tentação de fazer tudo o que surge na forma de demandas, pois elas são sempre muitas. Exercite o hábito de fazer escolhas. . Organize sua agenda de compromissos semanais sempre buscando inserir momentos, por curtos que sejam, exclusivamente para você fazer o que tiver vontade, desde que não seja compromisso. . Determine metas claras de curto, médio e longo prazo para a sua vida profissional e pessoal. . Lembre-se de que você utiliza máquinas para quase tudo (locomover-se, comunicar-se, escrever um texto etc.), mas tenha a consciência clara de que você não é uma delas. Você é humano, tem limites e extrema necessidade de harmonizar trabalho com descanso.
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