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Crônicas
06/07/2006 - 14h03
Por que fomos eliminados da Copa afinal?
Lula Miranda - Agência Carta Maior
 

Creio que, assim como eu, você, caro leitor, deve ter ficado estarrecido, embasbacado mesmo, com a mais que medíocre atuação da seleção brasileira contra a França nas quartas-de-final. Não dava pra acreditar naquele deprimente “espetáculo” a se realizar ali diante de nossos olhares atônitos e... incrédulos. Não dava mesmo para acreditar. Nem parecia a seleção brasileira em campo! Seria um time de clones aquele? Onde estariam os nossos craques? Haviam sido seqüestrados? Já haviam pedido resgate? Onde estavam os “fenomenais” Ronaldos, eleitos, por mais de uma vez, os melhores jogadores do mundo? Melhores de que mundo? Onde foi parar o tal “quadrado mágico”? Onde foi parar o Hexa? O gato, ou melhor, a realidade comeu.

Verdade seja dita, o grande craque daquele dia fatídico foi mesmo o Zidane. Fez-nos lembrar os nossos verdadeiros astros do futebol-arte de décadas passadas – e não essas celebridades-marca-registrada, digo, registradora, em sua ânsia e voracidade pelo vil metal. Não teve outro “fenômeno” em campo além desse: Zidane. Esse sim foi um craque. Deu dribles e passes desconcertantes, deu uma “caneta” em Ronaldinho, um constrangedor “chapéu” em Ronaldo, o eterno “fenômeno” da Nike, da Globo, e do seu boquirroto e desastrado porta-voz, Galvão Bueno (Cala a boca, Galvão! – expressava, com rara felicidade, uma faixa estendida pela torcida nas arquibancadas dos estádios onde jogava a tal “selecinha”).

Mas qual a explicação para tão retumbante fracasso? – prosseguimos nos indagando todos, ainda perplexos. Teria faltado alma aos nossos jogadores? Isso, claro, num sentido figurado, pois sem alma estariam todos em verdade mortos e insepultos. Teria faltado espírito de corpo, de grupo, àqueles homens em campo? Teria faltado um líder em campo, e também fora dele, para dar uma chacoalhada naquela turma, despertando-os daquela inacreditável letargia, daquela incrível apatia? Teria faltado um Dunga em campo? Teria faltado um técnico fora das quatro linhas? Seria Parreira um incompetente, um frouxo, que não tinha autoridade sobre os seus comandados? O esquema tático estava equivocado? A seleção não treinou o suficiente?

Qual seria a explicação definitiva? Sim, precisamos entender. Necessitamos de uma explicação. Algo que justifique aquele desastre e nos apazigúe a alma de torcedor (a pátria de chuteiras). Algo que nos tire da alma aquela sensação amarga de malogro.

Teria faltado empenho dos jogadores veteranos, que só pensariam em seus contratos milionários e perderam o sentido da disputa, da vitória? Estão todos “mascarados”? Seria o técnico da seleção apenas uma “rainha da Inglaterra” que a rigor não mandaria nada, que quem daria as ordens, na verdade, seriam as marcas que patrocinam o espetáculo. Seriam os jogadores, também eles, meras “mercadorias” e não mais atletas de um selecionado nacional? Difícil dizer.

O fato é que, sejamos honestos, a seleção jogou mal em todas as partidas anteriores, e simplesmente não jogou na última partida decisiva. Dessa vez não teve a “paura” de Ronaldo em 1998 – a “paura” foi generalizada e paralisou a todos em campo.

O quê? O selecionado da Argentina, bem melhor que o nosso, também caiu nas “quartas”? Aí a história foi outra. Esses caíram lutando. Perderam com garra e brio.

Talvez tenha faltado de fato, já que o time não tinha nem vontade nem liderança (nem técnico), a velha e boa macumba. Pra “fechar os caminhos” e “amarrar as pernas” do craque Zidane. Sim, talvez assim, quem sabe, brincadeiras à parte, os jogadores entrariam em campo acreditando em alguma coisa, em algo sobrenatural. Já que neles mesmos eles pareciam não acreditar.

Entretanto, como já disse, salvo engano, o velho João Saldanha, se macumba ganhasse jogo o campeonato baiano terminaria empatado. E, nunca é demais lembrar, a dupla Bahia e Vitória hoje amarga, de braços dados, uma terceira divisão. Mas aí, meu caro, já é uma outra desgraça – que não as nossas de cada dia (PCC, desemprego, fome, déficit habitacional, educação e saúde iníquas, IDH vexatório, filas do SUS, da Previdência e por aí vai).

Viva o Brasil!!!

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