A obesidade já é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, atingindo inclusive crianças e adolescentes. Recentemente, dados divulgados pelo IBGE mostraram que no Brasil 16,7% dos jovens estão obesos - o que equivale a seis milhões de adolescentes. "Isso é preocupante, pois o excesso de peso está relacionado a doenças sistêmicas e crônicas, como hipertensão e diabetes, além de problemas ortopédicos", alerta a hebeatra Mônica Mulatinho, da Cia do Adolescente & Família. A atenção em relação à alimentação infantil deve ser redobrada desde cedo. De acordo com a nutricionista Adriana Santana, é fundamental que os pais ofereçam à criança refeições saudáveis e balanceadas, ou seja, que contenham proteínas, carboidratos, gorduras poliinsaturadas, verduras, legumes e frutas. Os laticínios - alimentos derivados do leite como queijos, cremes e iogurtes - também são importantes devido ao alto teor de cálcio. "O adolescente tem facilidade para ganhar peso rapidamente, com risco de tornar-se obeso em poucos anos, devido ao alto consumo de fast food, alimentos industrializados e refrigerantes, aliados a diminuição de atividade física", esclarece Adriana. Porém, a obesidade não traz somente desconforto físico. O adolescente vive em constante fase de aceitação social e o sobrepeso acaba provocando sérios distúrbios emocionais. "A auto-imagem passa a ser negativa, com uma autocrítica extrema que acaba por propiciar o isolamento", explica Drª Mônica. Imaturidade, dependência e passividade são algumas das características psicológicas encontradas em crianças e adolescentes obesos. Para a hebeatra, estas características podem comprometer tanto o desempenho intelectual quanto o início da vida sexual, deixando marcas que podem acompanhar o indivíduo por toda a vida. "Na adolescência, o estresse da rejeição é sentido com maior intensidade e pode, inclusive, desencadear uma depressão", diz. O tratamento do sobrepeso ou da obesidade de um adolescente é tarefa de toda a família. "É cruel impor uma dieta a um filho, quando os outros membros comem alimentos calóricos", explica Drª Mônica. O ideal é que a família abrace o processo, praticando atividade física regular e adotando hábitos saudáveis de alimentação. A nutricionista Adriana lembra ainda que a dieta das crianças e adolescentes obesos é normalmente baseada na restrição de gorduras saturadas e carboidratos, o que favorece perda de peso progressiva. "Os pais devem estimular os filhos com a valorização do lado positivo da alimentação em vez da imposição. No caso das meninas, ocorre a melhora da pele, do cabelo e das unhas. Já para os meninos, vale destacar o fortalecimento dos músculos. Isso faz com que o adolescente ganhe confiança, auto-controle e continue a dieta", finaliza.
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