Todos sabem que as mulheres estão começando a mandar no mundo. Já não só esposas e donas de casa. Também não são só auxiliares de homens nas empresas, instituições e repartições. Exercem, cada vez mais, funções de mando, tendo homens como subalternos e tomando decisões difíceis a cada dia. A par disso, querem ter também uma vida sentimental feliz e equilibrada. Foi pensando nisso que os professores universitários mineiros Betânia Tanure, Juliana Oliveira e Antonio Carvalho Neto, realizaram uma pesquisa sobre a felicidade e infelicidade das pessoas que exercem cargos executivos, com ênfase para as mulheres. Foram 965 pessoas entrevistadas, das quais 222 mulheres. Segundo os professores, "os resultados de nossa pesquisa não só confirmam a percepção geral de muitos dos problemas vividos por essas profissionais como também trazem revelações importantes. Uma delas é que os homens têm dificuldades em aceitar mulheres ’poderosas’." Verificaram também que há quase três vezes mais executivas solitárias do que homens na mesma conjuntura. 36% das mulheres ’poderosas’ estavam viúvas, separadas ou solteiras. Por outro lado, só 13% dos homens eram solitários. As mulheres solitárias relataram que se consideravam insatisfeitas por não descobrir parceiros que estivessem a fim de uma relação estável. Especialmente as sem filhos "que já passaram da fase convencionalmente reservada à maternidade". Os homens não estariam nem aí, pois podem ser pais com qualquer idade. Descobriram também que as mulheres executivas casadas e com filhos, dão menos atenção aos maridos, pois "existe uma indisposição masculina em dividir igualitariamente as responsabilidades domésticas". Outro aspecto identificado na pesquisa, foi que, mesmo no caso em que a mulher é responsável pela maior parte da renda familiar, ela se submete às decisões do marido na formulação das despesas da casa. Assim, mesmo muitas mulheres ’poderosas’ não se livraram totalmente do jugo dos maridos, sendo "amélias modernas" com direito apenas a vôos profissionais, que aumentam a renda familiar. Por outro lado, ainda admitindo, em parte, que o homem é o "chefe da família", as mulheres executivas fazem fé em seus trabalhos, sentem prazer em mandar e acreditam que o sucesso as ajuda a resolver os desafios da vida profissional e afetiva. Elas acreditam e lutam, de forma corajosa, para conseguir harmonia entre o que fazem fora de casa e o que fazem na vida familiar.
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