Se é efeito da globalização ou conseqüência da mídia de massa, não se sabe exatamente. É fato que cada vez mais jovens recorrem ao cirurgião plástico para pôr fim às suas insatisfações estéticas. De acordo com a American Society of Plastic Surgeons, 333 mil americanos com menos de 18 anos apelaram a procedimentos estéticos.

Ao lado de cirurgias plásticas que costumam ser recomendadas quando se trata de evitar problemas referentes à auto-aceitação e ao convívio social, como as correções de orelhas de abano (bem indicadas na adolescência), rinoplastia estética (indicadas a partir dos 15 anos) e ginecomastia (redução do peito masculino), começam a vigorar a lipoaspiração, as próteses de silicone e as aplicações de toxina botulínica.

Em 2005, segundo a entidade americana, foram registradas 47.396 rinoplastias, 13.714 otoplastias, 4.223 ginecomastias, 3.581 cirurgias de aumento de mamas, 3.084 lipoaspirações, 1.719 mentoplastias (queixo e contorno facial), 819 de redução de mamas, 291 procedimentos de aumento labial e 249 blefaroplastias (olhos). Entre os procedimentos minimamente invasivos, as aplicações de toxina botulínica chamam a atenção, com 12 mil procedimentos realizados.

"Costumamos orientar jovens, bem como seus pais, que é a lipoaspiração é contra-indicada antes dos 18 anos. É importante que haja uma longa e explicativa consulta sobre o procedimento antes de tomarem qualquer decisão. A inclusão de próteses de silicone está virando uma verdadeira tendência entre mulheres que mal entraram na vida adulta, preocupando cirurgiões. Somente as plásticas mamárias redutoras para mamas muito grandes (gigantomastias) podem ser realizadas a partir dos 15 anos completos", diz o doutor Marcos Grillo, PhD em Cirurgia Plástica, de Curitiba.

"Precisamos deixar claro para a paciente, sempre, que uma cirurgia desse porte não é igual a uma nova técnica de alisamento de cabelo ou algo que possa ser facilmente revertido. É um procedimento que envolve riscos como qualquer cirurgia", diz o cirurgião.