Aqueles que já vivemos mais de setenta anos, andando, por vários países e vivenciamos a política sem, com ela, nos envolver em paixões partidárias, guias ideológicos, torcidas organizadas em volta de partidos e candidatos, como se times de futebol fossem, estamos assustados, aflitos e temerosos com o momento político que o país vive. O Sr. Presidente “nunca sabe de nada”, segundo levantamento de Joelmir Beting esteve 81,9% (oitenta e um, ponto nove, por cento) do seu mandato fora de Brasília, tirou importância aos “mensaleiros”, “sanguessugas”, e deu, total apoio, aos Waldomiros, Josés, Ricardos, Marcos, Valeroduto etc. etc.

Não fosse isso suficiente os ministros que apoiaram a violação das contas dos Francenildos estão oferecendo, para São Paulo, o EXÉRCITO, com canhões e tanques nas ruas. Após essa insistência e conhecedores de fracassos anteriores ficamos apavorados quando lemos, na Folha de S. Paulo, as informações abaixo transcritas:

“No começo da manhã, em outro ataque, UMA GRANADA DE USO EXCLUSIVO DO EXÉRCITO caiu ao lado do setor de atendimento do POUPATEMPO da LUZ, também no centro. Ninguém ficou ferido só porque a granada não explodiu - apesar do pino ter sido puxado. O horário de atendimento já estava aberto. No andar de cima fica uma garagem da POLÍCIA CIVIL.”

“Mais um artefato foi lançado contra o prédio da Secretaria de Estado da Fazenda, ao lado do mesmo POUPATEMPO” (Folha C1 de 08-08-06)

“Uma granada de USO EXCLUSIVO DAS FORÇAS ARMADAS foi encontrada em jardim ao lado do túnel da Nove de Julho, um dos principais corredores viários de São Paulo” (Folha A1 de 09-08-06)

As informações acima são preocupantes. Como é que granadas de USO EXCLUSIVO DO EXÉRCITO E DAS FORÇAS ARMADAS estão em mãos dos bandidos?

Foi descuido, dos dirigentes, nos cuidados dos paióis bélicos? Como colocá-los na rua antes de apurar essas falhas?

O Ministro da Justiça não deveria pesquisar como essas granadas foram parar nas mãos dos bandidos, antes de oferecer o Exército para patrulhar as ruas de São Paulo?

Como alguém que não tenha interesses políticos escusos podia visar o Poupatempo? Órgão de grande interesse social criado e mantido pelo Governo do Estado de São Paulo.

As ofertas insistentes do Ministro da Justiça, as granadas de uso exclusivo do Exército, o fato de terem sido jogadas no Poupatempo, a não liberação dos cem milhões de reais prometidos em maio etc. são amostragens, que podem justificar as declarações enfáticas do Sr. Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Dr. Saulo de Castro, de que grupos e partidos podem estar dando apoio aos ataques. Em maio, o candidato ao Governo do Estado, José Serra, fez idêntica declaração. Os mesmos que agora prometem processar, o jurista Saulo Castro, prometeram processar, o economista José Serra. Não se conhecem os processos. Qual será a causa? A conclusão óbvia é que, ambos, antes de falar sabiam o que estavam falando e tem provas para se defenderem. Jurista não costuma falar o que não pode provar.

Essas informações são preocupantes. Uma pessoa simples disse-me ontem: “Estão querendo detonar a candidatura de Geraldo Alckimin”. Respondi: “Com esses métodos estão querendo acabar com o Brasil. A guerra, em quaisquer de seus níveis, leva ao atraso, a paralisação, a destruição e a morte”.

O alerta máximo está dado. Fiquemos atentos. Os caminhos do Brasil estão lamacentos e minados, como nunca antes estiveram.

Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.