O assunto está sendo abordado na novela “Páginas da Vida”, exibida pela Rede Globo, o que, a exemplo de outros problemas emocionais abordados em novelas, pode despertar às pessoas para o problema. A personagem Giselle, vivida pela pequena atriz Raquel de Queiroz, interpreta uma menina de 10 anos que, pressionada pela mãe para que emagreça e torne-se uma grande bailarina, acaba desenvolvendo a bulimia.

A bulimia é um transtorno alimentar que se caracteriza por ingestão excessiva e incontrolável de alimentos em períodos curtos de tempo, seguida de comportamentos compensatórios inadequados para prevenir o aumento de peso como a indução do vômito e o uso de laxantes.

“A pessoa em geral tem vergonha, baixa auto-estima e sente-se inferior por causa deste problema, já que não consegue o controle da situação. Geralmente esconde o fato das pessoas com as quais convive, assim como a comida que quer ingerir. É um grande sofrimento, pois se sente culpada e sozinha” afirma Zuleika Fuente, psicóloga da Peso Ideal.

“O drama vivido pela personagem, levanta uma questão muito importante que é o alerta para a dosagem dos cuidados com o peso e com a saúde: cuidar da alimentação é bem diferente de cuidar obsessivamente do que se come e quanto se pesa”, observa Zuleika.

Além da depressão, desânimo e tristeza, a pessoa pode ter complicações cardiovasculares, dentárias, e problemas no esôfago, estômago e intestino (devido ao vômito e ao uso indiscriminado de laxantes).

Ainda segundo a psicóloga da Peso Ideal: “o importante é ter consciência de que se isto estiver acontecendo, não é uma bobagem ou falta de vontade da pessoa, mas sim um transtorno que precisa ser tratado, principalmente, as meninas na fase da adolescência. Ainda no caso da novela, fica claro que a mãe depositou todos os seus sonhos não realizados na filha, ‘obrigando-a’ a fazer parte deles, quer ela queira ou não. Sob o pretexto de que ela – mãe – está fazendo o melhor para a filha, ela a desrespeita completamente. Essa mãe tem questões muito mal resolvidas e precisa de ajuda, assim como a filha que já desenvolveu a bulimia”, conclui.