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Opinião
16/08/2006 - 07h11
Até quando?
Ubiratan Iorio - Parlata
 

A situação está, em uma só palavra, insuportável!

Até quando nossas instituições vão continuar funcionando precariamente, permitindo que o povo se sinta indefeso diante do crime organizado, inerme frente ao descaramento de autoridades de todos os níveis e inerte perante leis injustas? Que nível de gravidade deverá a corrupção, que brota de todos os cantos, atingir, para que os cidadãos-contribuintes, explorados por um Estado ineficaz, corrupto, devasso e politiqueiro resolvam tomar as necessárias providências, que só eles poderão reclamar? Quantos inocentes ainda terão que morrer - em taxas que rivalizam com as do Iraque e as do Líbano - para que nossas leis sejam mudadas, a probabilidade de punição aos infratores substancialmente aumentada, "ongueiros" festivos e sociólogos marxistas deixem de falar bobagens, presos deixem de ser liberados para almoçarem com pais que não souberam educá-los nos bons princípios morais, policiais corruptos sejam punidos de verdade e a dignidade das polícias resgatada? Quantos "mensaleiros" e "sanguessugas" serão julgados e presos? Quantos presídios seguros o governo federal vai construir, já que em quase quatro anos apenas erigiu um, que abriga apenas um solitário condenado? Quando teremos um ministro da Justiça que se envergonhe de afirmar que está amedrontado diante do quadro de violência?

Quantos políticos comprovadamente corruptos serão reeleitos em outubro? Quantos atentados o PCC promoverá em São Paulo e em outras cidades? Quantas quadrilhas nos morros do nosso maltratado Rio ameaçarão invadir os pontos de venda de rivais, espalhando o terror entre inocentes? Quantas vezes o "movimento social" do sr. Bruno Maranhão - estranho caso de comunista que vive em um belo apartamento, sustentado regiamente pela mãe -, bem como os bandoleiros do MST, ainda continuarão a ridicularizar a lei, sob a proteção de juizes que tisnam a honradez de suas funções e, até, da Escola Superior de Guerra, que parece acreditar que seu líder é um excelente palestrante e tem muito a ensinar? Quando poderemos apagar de nossa horrenda constituição, entre outras aberrações, o conceito de "função social da terra", solertemente incluído, para agasalhar verdadeiros marginais aproveitadores da ignorância alheia? Na melhor das hipóteses, é um pleonasmo, já que na sociedade tudo, rigorosamente, tem uma "função social", inclusive as galinhas, os peixes, os clubes de futebol, as vacas e os sapos...

O caso da corrupção em Rondônia excede em tudo os limites da tolerância, para transformar-se em uma vergonha nacional: praticamente toda a assembléia legislativa e - pasmem-se! - a principal autoridade do poder judiciário local, envolvidos naquele atentado à população que paga mais de sete dezenas de tributos!

Parece que o limite da paciência dos brasileiros honestos tende ao infinito: o presidente deverá ser reeleito, apesar do escândalo do "mensalão"; seu sustentáculo "ético" passa a ser o trio Orestes Quércia, Jader Barbalho e Newton Cardoso, algo equivalente a um técnico escalar três goleiros para jogarem como centroavantes; governadores e prefeitos mentirosos, populistas e, na melhor das hipóteses, um tanto avessos à ética, deverão fazer seus sucessores; quadrilheiros apontados pelo Procurador da República e especialistas em ambulâncias furtadas à população concorrendo a cargos no legislativo, com razoável probabilidade de serem eleitos...

Até quando essa vergonha vai continuar manchando a nossa sociedade? Pobres continuarão sem acesso à boa educação e a um bom sistema de saúde, aposentados continuarão a ter sua dignidade maculada e professores e médicos continuarão a viver como Dom Quixotes? Até quando o brasileiro continuará sendo explorado?


Nota do Editor: Ubiratan Iorio é Doutor em Economia pela EPGE/FGV. É Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ e Vice-Presidente do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista (CIEEP), Professor Adjunto do Departamento de Análise Econômica da FCE/UERJ, do Mestrado do IBMEC, Fundação Getulio Vargas e da PUC/RJ. É escritor com dezenas de artigos publicados em jornais e revistas.

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