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SEÇÃO
Crônicas
05/09/2006 - 18h05
As dores dos filhos
João Soares Neto - Agência Carta Maior
 

Quem tem filhos sabe do que estou falando. Primeiro, são os choros que eclodem com a saída do ventre materno e o forte impacto com uma nova ordem de vida, alimentação, sono e vigília. Depois, vem a socialização com a família, escola, amigos e colegas que vão encontrando ao longo da infância. Um dia, mais cedo do que se imagina, começam a entender que existe amor além da família. É o namoro que vem, rompendo as amarras dos sentimentos que estavam ancorados nos pais e irmãos, e chega com força, mexendo com a estrutura familiar que era fechada e não conhecia estranho, exceto parentes, amigos e colegas.

É a partir desse encontro de nossos filhos e filhas com as filhas e filhos de outras famílias que surgem as primeiras dores existenciais das crianças que vão se tornando adultas, mas ainda acorrentadas pela imaturidade que nos acompanha quase sempre e, muitas vezes, atravessa toda a vida. Pois bem, os namoros geram conflitos e são os pais os que primeiro participam das dores de amores dos filhos, sem que tenham remédios prontos, pois suas receitas são de outros tempos, outros valores, outras histórias. Assim é que as famílias vão se conhecendo, quando há choro cá e choro lá. Quando as incompreensões podem toldar a alegria de estar junto, de dividir quimeras, de amealhar esperanças.

Depois, amainado esse tempo, trabalho resolvido, vem o casamento e são tantas as dores quanto às alegrias nos preparativos, independente do que possuímos, que todos chegam estressados à cerimônia, muitas vezes sob a ditadura temporária de uma cerimonialista que se arvora de magistrada, decidindo, impondo a sua ordem aos que lhe pagam e têm que obedecer. Casados, enfim. E aí, pela ordem natural, esperam-se filhos dos filhos e os desejamos que venham sadios, bonitos, que portem nossos nomes e sobrenomes, mas há desígnios outros que, muitas vezes, impedem a realização dessa vontade e isto causa dor, dor essa que vai se alastrando e atinge a todos. E é nos instantes naturais, mas diferentes da alegria da chegada dos filhos dos filhos na incapacidade ou perda momentânea de uma planejada e querida vinda, que todos devem estar juntos, descobrindo-se solidários e coerentes, admitindo que a vida não é apenas um acontecimento, qualquer que seja ele, mas o saber extrair dela algumas reflexões que possam nos tornar mais humildes e corajosos, paradoxalmente, para enfrentar o futuro, esse lugar entre as lembranças de ontem e o que devemos fazer de bom, hoje.

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