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Opinião
09/09/2006 - 09h09
Em respeito a si mesmo
Percival Puggina - MSM
 

Talvez este artigo venha integrar uma série com o título “Quando nos tomam por bobos”, sugerida pelo autor da frase “Há, na direita, políticos que às vezes pensam que somos bobos, mas os da esquerda fazem isso todos os dias”.

A obrigatória reverência esquerdista ao regime cubano e seu líder constitui uma das mais copiosas fontes desse comportamento que despreza a inteligência dos interlocutores. Acabo de receber, de entusiasmado defensor de Fidel, um conjunto de tabelas elaboradas com o intuito de valorizar o regime cubano em vista do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) alcançado por Cuba, e para sustentar a idéia de que a Ilha seria um paraíso socialista não sofresse o injustificável bloqueio ianque. Vamos examinar, então, esses números. O IDH avalia 177 países. No topo está a Noruega com índice 0,963. No pé a Nigéria, com 0,281. O índice brasileiro é 0,792 e o de Cuba 0,817. Ou seja, se Cuba está tão bem que pode ser apresentada como referência, e se o Brasil, alguns centésimos abaixo, está como nós bem sabemos, parece que os defensores do regime de Castro são mais exigentes aqui do que lá e amarram muito mal seus argumentos.

Para produzir os serviços de educação e saúde que conduzem o país a essa medíocre posição, o governo de Fidel, há meio século, se apropria da totalidade da renda nacional. Em seguida, paga ao trabalhador oito dólares mensais para mascarar a escravidão em que ele vive. Enquanto isso, ali, na mesma região do Caribe e da América Central, povos livres como os do México, Costa Rica, Bahamas, Trinidad e Tobago, e de outras pequenas ilhas como São Cristóvão e Névis, e Antígua e Barbuda têm IDH superior ao cubano.

Quanto ao bloqueio, alega-se que tenha decretado a Cuba um prejuízo, acumulado ao longo de quase cinco décadas, da ordem de US$ 54 bilhões. Ninguém sabe de onde saiu essa cifra para uma economia que produz, na mesma superfície territorial do Rio Grande do Sul e com a mesma população, uma quarta parte do PIB gaúcho. Ademais, estranha contabilidade de uma coluna só! Ela esquece que em 1959 todo o parque produtivo industrial, todos os serviços e todas as propriedades norte-americanas no país foram tomados pelo Estado cubano sem qualquer indenização. Qual o valor desse patrimônio, capitalizado em meio século? Finalmente, porque nos tomam por bobos, omitem que no contrafluxo do bloqueio “imperialista”, Cuba recebeu da extinta URSS, durante 30 anos, subsídios estimados em US$ 6 bilhões/ano, o que totaliza algo como US$ 180 bilhões ao longo do período.

Se você, leitor, ainda tiver dúvidas, vá e veja. Perceberá, então, que o tal bloqueio, além de não ser respeitado por grande número de países, entre eles Canadá, Espanha, Brasil, Venezuela, México e por aí afora, não tem qualquer significado econômico pois Cuba nada dispõe para vender nem possui divisas para comprar coisa alguma. Em respeito a si mesmo, não deixe que o tomem por bobo.


Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

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