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Medicina e Saúde
11/09/2006 - 12h17
O lado psicológico da plástica de mama
 
 

Não é raro para o Dr. Alexandre Piassi Passos receber em seu consultório pacientes reclamando de nariz grande ou outros problemas inexistentes quando, na verdade, querem mesmo é reparar mamas grandes ou pequenas demais. "Por mais que pareça estranho, muitas pacientes marcam consultas com desculpas como esta e, quando eu digo que não há problema algum com a parte do corpo que me apresentam, logo me dizem que, na verdade, querem mesmo é uma solução cirúrgica para suas mamas. Também há casos de mulheres que marcam consultas escondidas de seus pais, maridos e namorados porque não conseguem apoio para dar solução a uma questão que vai além da estética, já que as mamas desproporcionais causam à mulher um desconforto físico e psicológico terrível, fazendo com que ela se esconda sob a roupa e a postura corporal", comenta.

Dr. Passos, cirurgião plástico, já presenciou diversos casos em que adolescentes com mamas muito grandes passavam por problemas típicos de sua faixa etária, porém os pais não percebiam que eles eram agravados pelo fato de elas não aceitarem seu corpo e sofrerem mais com os comentários dos colegas da escola, por exemplo, e sofrerem por se acharem diferentes. "Essa idade já é de difícil relacionamento, mas se os pais não ficarem atentos aos problemas provocados por questões relacionadas ao desenvolvimento corporal da adolescente, ela pode desenvolver problemas psicológicos que afetarão sua vida afetiva adulta", diz Passos. Por outro lado, a banalização das próteses de silicone também deve ser combatida pelos pais. "Antes de indicar o implante de próteses para aumento das mamas, é preciso avaliar a idade da paciente e verificar se ela não está optando pelo procedimento apenas para agradar outras pessoas, sem primeiro pensar em seu bem estar".

A cirurgia das mamas: técnicas, formatos e mitos

Além da questão psicológica - fundamental quando a parte do corpo tratada é a mama - é preciso que se fale sobre algumas peculiaridades que envolvem a cirurgia plástica desta região, chamada de mastoplastia. "Em geral, as pacientes têm dúvidas em relação às cicatrizes que ficarão e a questões como a amamentação, quando ainda não têm filhos", comenta Dr. Passos. Ele aborda cada uma delas e também desmistifica um assunto muito comum: mamas grandes não causam problema de coluna.

Gigantomastia - As mamas gigantes precisam de cirurgia plástica porque as pacientes, após o procedimento, ganham qualidade de vida. Elas se sentem mais bonitas, livram-se de problemas psicológicos - e até de apelidos muitas vezes grosseiros - e de problemas como fissuras nos ombros, acarretadas pelas alças dos sutiãs, que muitas vezes cortam a pele devido ao peso das mamas. Porém, ao contrário do que as pessoas pensam, a gigantomastia não causa problemas de coluna. "É raro retirar mais do que um quilo de cada mama numa cirurgia de gigantomastia. O que acarreta problemas de coluna é a má postura da paciente, que anda arqueada desde o desenvolvimento de suas mamas, com o intuito de escondê-las, por vergonha do tamanho avantajado delas. Porém, o peso não é o vilão desta história", diz Passos.

As técnicas usadas na cirurgia plástica - A cirurgia plástica, no Brasil, está muito evoluída e, hoje, é possível realizar procedimentos com o mínimo de dor e sangramento. A mastopexia, por exemplo, é a técnica usada no caso de a mama necessitar apenas de ser reposicionada no lugar. É a chamada "levantada", nesta técnica não há redução da mama. Já mastoplastia redutora reduz o tamanho da mama e pode reposicioná-la, havendo esta necessidade.

Cicatrizes - Toda cirurgia de mama deixa cicatrizes. Porém, as técnicas atuais permitem que elas sejam escondidas sob um biquíni, já que o corte é semelhante a um T invertido. Também é realizado, em geral, um corte ao redor da aréola. "Não se pode trocar uma cicatriz pequena por um resultado ruim, ou seja, a mama não pode ficar prejudicada apenas porque se deseja ter uma cicatriz mínima", diz o cirurgião.

A mama depois da cirurgia - Em relação ao formato, o ideal é que as mamas fiquem no formato de gota. Porém, tudo vai depender do tipo físico da paciente, da etnia e de questões como biótipo e pele da mesma. Em alguns casos, a amamentação pode ficar comprometida e até mesmo a sensibilidade pode ser afetada. "Porém, com as mamas mais bonitas, muitas pacientes sentem-se mais relaxadas e têm a sensibilidade até aumentada. Mais uma vez, é a questão psicológica influenciando esta parte tão delicada do corpo feminino", finaliza o Dr. Alexandre Piassi Passos.


Nota do Editor: Alexandre Piassi Passos é cirurgião-plástico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), onde atua como Editor-científico da Revista da SBCP, Regional São Paulo, e Médico Responsável pelo Ambulatório de Rinologia Funcional da Disciplina de Cirurgia Plástica da USP. Atua em sua própria clínica - a Clínica Passos de Cirurgia Plástica - e também pertence ao corpo clínico de hospitais como Sírio Libanês, Oswaldo Cruz e Albert Einstein. Tem trabalhos publicados em periódicos nacionais e internacionais e é autor e co-autor de capítulos em livros científicos.

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