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Opinião
17/09/2006 - 07h02
Carta de um cidadão patriota ao povo brasileiro
Neudir Simão Ferabolli
 

O termo Política provavelmente foi usado pela primeira vez na Grécia antiga, e que na atualidade serviu de palco das Olimpíadas de 2004. Na sua origem etimológica, política significava "a arte dos relacionamentos humanos". Obviamente de lá para cá, por conta dos maus políticos, este termo foi completamente deformado.

A Grécia foi também o berço do pensamento Helênico. O Helenismo é uma visão da vida Antropocêntrica - que propõe o homem como centro do Universo, de cuja capacidade vem o desenvolvimento. A Renascença, ressuscitando o antigo espírito Helênico, propiciou o surgimento de movimentos tais como o Empirismo e o Racionalismo, que se fundiram para dar nascimento ao Iluminismo que foi o pavio para as revoluções Francesa e Russa e em cujo bojo nasceram as idéias de Marx e Engels, que no manifesto comunista de 1848 propuseram as bases teóricas de uma sociedade comunista.

No século passado, Stalin e Mao implantaram o regime comunista pela primeira vez. Em 70 anos de sua existência, este sistema deixou atrás de si um mar de sangue, como resultado de um sistema sem Deus, sem valores morais, apregoando a mudança pelo caminho da revolução violência. Sua filosofia básica foi "os fins justificam os meios". Infelizmente, esta regra muitos políticos adotaram como estratégia de suas campanhas. A mentira é uma delas. Neste país perdeu-se a vergonha.

Paralelamente, surgiu no Oriente Médio o Hebraísmo cujo sistema propunha uma vida com Deus como o centro. Em contrapartida à visão antropocêntrica, estabeleceu uma visão de vida enfatizando os valores espirituais, morais e éticos, que são as bases do amor, da solidariedade e todas aquelas virtudes necessárias a uma boa sociedade.

Este pensamento foi a inspiração das bases da sociedade democrática. A Democracia só tem sentido quando respeita os direitos e garantias individuais, que em nossa Constituição estão elencados no Art. 5º e incisos. Dentre estas garantias está a afirmação que todos são iguais perante a lei e que são garantidos aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, inclusive que é inviolável a liberdade de consciência e de crença.

No nosso entendimento, estas garantias são a coluna vertebral não apenas do ordenamento jurídico, mas da própria sociedade. Quando estas regras são quebradas surge a violência, os atentados, as guerras ou qualquer outra forma de atrocidade. Obviamente, isto gera reações da outra parte, com maior intensidade e os ressentimentos se multiplicam. Não é outra coisa que vemos nos atritos entre Judeus e Palestinos, no Oriente Médio, entre policiais e bandidos nas grandes capitais ou entre as diferentes etnias das tribos africanas.

Dizer que estas coisas não nos atingem ou nada tem a ver conosco é assinar um atestado de ignorância. Na verdade elas estão presentes aqui, camufladas com outra roupagem. Exemplo do que falamos são os movimentos que se levantam em defesa de pretensos direitos, ainda que ferindo os direitos já adquiridos de outrem, quer seja nos conflitos agrários, nas invasões de prédios públicos ou mesmo nas disputas políticas.

Pensemos na Política e nas campanhas eleitorais. Um pleito mostra os dois lados da moeda: o daqueles que fazem campanha centralizados em ideais, que procuram engrandecer as instituições e, junto com elas, as virtudes. Demonstram que poderão ser, uma vez eleitos, bons representantes do povo. Este é o político que crê, que investe em si mesmo e nos outros, que visualiza a possibilidade de fazer um bom trabalho à frente da comunidade. Por esta razão, sem mentiras, busca parcerias, estuda, trabalha, reza e encontra apoio não apenas nos homens, mas também em Deus, que é o supremo administrador do Universo. Infelizmente, este tipo de políticos constitui uma pequena minoria, quase em extinção.

Do outro lado, encontramos os políticos inescrupulosos, que fazem de sua campanha uma verdadeira guerra pelo poder, fabricando motivos, iludindo, criando uma falsa imagem de si mesmos. Estes são os falsos políticos, que uma vez eleitos, farão apenas a administração das vantagens para seu partido, seus correligionários e seus bolsos.

Na verdade, qual é a garantia que temos que amanhã nossos direitos individuais serão respeitados se hoje é vilipendiada a coisa pública sem punição para os culpados?

O desmando político e a roubalheira não atacam apenas os direitos e garantias fundamentais apregoados na Constituição, atacam a cidadania, atacam a moral e a ética, a crença na justiça, atacam a família e denigrem a imagem do homem público. Finalmente, desacreditam toda a nação, e mancham sua imagem no mundo.

A mais sagrada coisa pública com que um político vai lidar numa nação é o povo que nela habita. Utilizar-se de processos espúrios e enganosos é uma afronta e um desrespeito ao povo. Dizia o grande estadista Abraão Lincoln, "Pode-se enganar todo o povo parte do tempo, mas não se pode enganar todo o povo todo o tempo". Para nós, parece que esta verdade não funciona. O povo tornou-se desmemoriado, esquecido de coisas tão graves.

Para Rui Barbosa, a "A Pátria não é ninguém, são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação. A Pátria não é um sistema, nem um monopólio, nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade".

O Brasil está perplexo diante dos possíveis resultados desta campanha política. Como alguém pode dizer que o Brasil vive uma democracia? Esta é a pior ditadura que já existiu na história, a ditadura da incompetência, da alma corrompida, da sem-vergonhice aliada com a safadeza. Que bom se estes políticos corruptos aprendessem a lição de Rousseau sobre o poder, quando afirmou que "o poder não existe para o benefício de quem governa, mas para o bem da comunidade".

O que vemos é o resultado de muitos anos de descaso, de desprezo às normas, espirituais e físicas que acabaram por deformar a consciência, criando um caos no sistema de valores morais e éticos. A bem da verdade, estamos colhendo o que foi plantado. Cada povo tem o governo que merece.

O Pe. Antonio Vieira dizia que, "a boa educação é como moeda de ouro: em toda parte tem valor". Isto é válido para todas as pessoas, inclusive para os políticos. E boa educação e espiritualidade podem forjar um bom caráter. É de caráter que o Brasil precisa.

Democracia é liberdade de escolha, possibilidades múltiplas e opção consciente. Mas democracia não se faz só com escolha, se faz principalmente com participação e busca de uma situação melhor para todos.

Dos acontecimentos da vida o sábio tira lições. Desta eleição devemos aprender que, é insensatez acreditar que usando o mesmo método e as mesmas pessoas obteremos resultados diversos. A história está aí para ser testemunha.

Este governo tem sido tão incompetente que fica até difícil escolher como criticá-lo, tal a quantidade de incongruências que produz.

É por isso que eu luto pela vitória do Geraldo Alckmin.


Nota do Editor: Neudir Simão Ferabolli é advogado, escritor, conferencista, teólogo e pós-graduando em Educação Especial, Presidente da Federação para a Paz Universal.

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