12/09/2025  12h58
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
23/09/2006 - 16h25
O direito de ir e vir, pedalando
Eduardo Tavarez
 

Por que não usar mais as bicicletas para ir e voltar do trabalho? Uma situação típica no dia-a-dia dos centros urbanos é o congestionamento no trânsito, que interfere diretamente na locomoção das pessoas e em sua qualidade de vida. A situação, entre outras conseqüências, pode causar aumento da poluição e estresse em motoristas e passageiros, especialmente nos horários de maior circulação de veículos.

O debate sobre como melhorar o trânsito nas principais vias públicas passa por um controle maior do tráfego de carros. A elevada quantidade de veículos em circulação se deve à preferência dada ao transporte rodoviário - só na cidade de São Paulo, por exemplo, a frota de automóveis ultrapassa 5 milhões de unidades. Há carência na oferta do transporte coletivo, o que faz com que muitas pessoas prefiram o deslocamento individual, aumentando ainda mais a quantidade de veículos nas ruas e avenidas.

Propostas para diminuir os congestionamentos e tornar mais ágil a locomoção das pessoas não faltam. É importante destacar que a discussão passa por uma concepção maior, que é a ocupação planejada e a transformação das cidades em verdadeiros espaços públicos voltados para o uso coletivo. Nesse sentido, uma alternativa de transporte, adotada inclusive em algumas capitais estrangeiras, é a bicicleta. Esse é o caso de Amsterdã, na Holanda, que tem uma população de 730 mil moradores para 600 mil bicicletas e que conta com mais de 400 quilômetros de ciclovias.

Mas não é preciso ir tão longe assim. O município de Curitiba tem 120 quilômetros de ciclovias, que ligam 20 parques e bosques da capital paranaense. Estimativas apontam que na cidade, em que vivem 1,7 milhão de habitantes, existe uma frota de 121 mil bicicletas. Outro exemplo é o Rio de Janeiro, que desde a Conferência Internacional do Meio Ambiente (Rio 92) adota medidas para incentivar o uso das "magrelas" como uma alternativa de locomoção.

A utilização das bicicletas como um meio de locomoção demanda uma série de ações por parte das administrações públicas, o que inclui a construção de ciclovias (vias exclusivas para ciclistas) e de ciclofaixas (faixas para circulação de bicicletas nas vias de tráfego viário). Há ainda outras ações necessárias para garantir a segurança dos ciclistas, como a colocação de sinalização específica e a criação de estacionamentos e a fixação de rotas adequadas para circulação, o que significa evitar trechos acidentados e irregulares. Além disso, é importante realizar campanhas de educação no trânsito para evitar a ocorrência de acidentes envolvendo motoristas, pedestres e ciclistas.

Estudo elaborado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e pela São Paulo Transporte S.A. (SPTrans) aponta que dos 23,4 milhões de viagens diárias na capital paulista, 130 mil são realizadas com o uso de bicicletas. Os deslocamentos mais numerosos ocorrem a pé (8 milhões) e por automóvel (5,1 milhões). O levantamento mostra ainda algumas das vantagens da bicicleta como meio de locomoção: baixo custo na aquisição e manutenção, reduzido impacto ambiental, contribuição à saúde do usuário, agilidade no deslocamento para distâncias de até 5 quilômetros e menor interferência desse meio de transporte no espaço público da cidade. Apesar disso, o uso da "magrela" no país ainda é reduzido. Segundo dados do Ministério das Cidades, as bicicletas são usadas em 7% dos deslocamentos urbanos e metropolitanos no território nacional.

Cada vez mais fica clara a necessidade de se viabilizar meios de transporte que representem uma alternativa para a locomoção das pessoas nas grandes cidades, de modo a desmontar a lógica predominante hoje em dia de que os centros urbanos devem privilegiar o transporte viário. Um exemplo disso é o município de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que inaugurou recentemente a primeira faixa exclusiva para bicicletas, próxima ao Aeroporto Internacional de Cumbica. A iniciativa servirá de teste para a formação de um plano cicloviário, que prevê a criação de novas pistas exclusivas, a partir de sugestões da própria população.


Nota do Editor: Eduardo Tavarez é gerente da Unidade de Negócios Bicicleta da Pneus Levorin.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.