Visto ex post facto, o movimento de compra de dossiês dos Vedoin parece coisa de amadores e despreparados. Mas não é. É coisa de malvados e maliciosos, que se achavam acima da lei e tentaram fazer o eleitorado brasileiro de tonto. É coisa de revolucionários capazes de pagar qualquer preço e atropelar qualquer princípio a fim de alcançar os objetivos colimados. É preciso entender a gênese dessa jogada de alto risco vez que, se tivesse dado certo, mudaria o eixo da história de nosso país na direção do mal maior. Falharam. Felizmente as trapalhadas petistas criaram o fato novo necessário para consolidar a eleição de José Serra no primeiro turno, em São Paulo, e para colocar Geraldo Alckmin no segundo turno das eleições presidenciais. Lula qualificou seus sicários de “aloprados”, doidos, na tentativa de se desvencilhar dos operadores do malfeito. Não é crível que tenham realizado o serviço à revelia do chefe. Berzoini é antigo companheiro de CUT, foi ministro e preside o PT. Quem conhece o funcionamento de partidos revolucionários sabe que uma decisão dessa envergadura, envolvendo o risco que envolveu e o volume de dinheiro, não seria tomada sem que os graúdos todos opinassem. Lula sabe de tudo, soube o tempo todo. E o eleitorado percebeu isso. O desespero do canditato-presidente mostra que as pesquisas para consumo interno registram a forte reação da opinião pública em contrário ao governo. Para entender o fato precisamos analisar todo o governo Lula. Ele teve dois pontos fracos. O primeiro, a minoria do Congresso Nacional, que o “mensalão” tentou contornar da forma a mais corrupta e torpe. Deu no que deu, na grande crise criada por Roberto Jefferson, redundando na queda de José Dirceu e no esfrangalhamento da base de apoio do governo. A trapalhada foi tão grande que desmoralizou a corrupção. Para o desejado segundo mandato Lula costurou com a banda pouco recomendável do PMDB, de Sarney & Cia, a necessária base parlamentar. Errou de novo, pois até mesmo o velho Sarney está com dificuldade para conseguir se reeleger. O segundo ponto fraco era não dispor do governo do Estado de São Paulo. Não é possível qualquer movimento contra a ordem constitucional no Brasil se o governo paulista não apoiar. Para qualquer projeto revolucionário ou golpista não dispor do comando de São Paulo torna o propósito inviável. E o eleitorado paulista há muito retirou o seu apoio aos seguidores do pentagrama vermelho. Daí porque o PCC fez o que fez nos últimos meses, para desmoralizar as autoridades constituídas. Daí porque o MST se aquietou por aqui, assim como seu congênere urbano. A arruaça do PCC poderia ter sido letal se a polícia paulista não tivesse imposto a ordem à corja de vagabundos armados que saiu às ruas matando policiais. Dá para imaginar se o PT estivesse governando em São Paulo, com Genoino comandando a polícia paulista. Isso prova que a “quadrilha criminosa” de que nos falou o procurador-geral em sua peça de denúncia não está para brincadeira. Daí a comprar um dossiê supostamente capaz de desmoralizar José Serra e Geraldo Alckmin é só um passo lógico e previsível. Erraram em se deixar apanhar, assim como erraram em contrariar Roberto Jefferson. Erros táticos que custaram toda a estratégia de tomada de poder. Meu caro leitor, estamos em véspera de um momento capital de nossa história política. Votar será um gesto cívico da maior significância. Precisamos derrotar os sicários que estão governando nosso país e que querem destruir a vida como a conhecermos. Apelo para que se mobilize e dê a devida importância ao que está acontecendo. Peça votos para Alckmin. Se em São Paulo, peça votos para José Serra e para Guilherme Afif Domingos. É uma batalha na exata expressão, a palavra aqui não é mera metáfora. Vá à luta. Tome as ruas. Estamos defendendo o futuro do Brasil, dos nossos filhos e netos. Estamos defendendo os valores superiores da civilização. Não sejamos como os cães mudos de que nos falou Bento XVI, sejamos vigilantes e operantes, combatamos o bom combate. Precisamos derrotar essa corja de malfeitores que porcalhou a vida política da Nação. Vamos às urnas para vencer! Até a vitória! Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL – Associação Nacional de Livrarias.
|