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Opinião
28/09/2006 - 09h01
Governo golpista, eleitorado bolsista
Percival Puggina - MSM
 

O presidente Lula e a alta cúpula do seu partido vêm insinuando que as reações da oposição ao episódio do dossiê teriam características golpistas e expressariam a inconformidade das "zelites" com os avanços sociais proporcionados pela gestão petista. Em outras palavras: os que estamos indignados com toda essa desfaçatez seríamos indivíduos perversos e adversos à democracia.

Olha que é preciso ter coragem! Claro que a cena política nacional vive clima de golpe. Mas os golpistas são outros. Estão sendo golpeados o processo democrático, a ética, a lei eleitoral e, até mesmo, a tão proclamada autonomia da Polícia Federal (os delegados que descobriram a maracutaia acabam de ser afastados do processo). Adicionalmente, estão sendo esbofeteadas a dignidade nacional e a inteligência dos que a têm. Desde o episódio Waldomiro Diniz, que veio à tona em fevereiro de 2004, não passa um mês sem que estoure algum escândalo tendo como foco e objeto da conduta criminosa o projeto eleitoral do partido governista, e como principais beneficiários o detentor do poder e seus anseios políticos. Se isso não é golpe - e golpe até aqui bem sucedido - não sei o que é golpe.

Rastrear a origem de recursos que escorregam das mãos do contribuinte para o partido governista para as manchetes se converteu em quebra-cabeça nacional. E a cada vez surgem novos personagens e nomes para a infindável cadeia de ministros, assessores, amigos e companheiros do presidente. Seria no mínimo incauto supor que todas as falcatruas aprontadas por essa elástica e criativa turma tenham sido descobertas pela imprensa, pelas CPIs (que se dependessem do governo não se instalariam) e pela Polícia Federal. Não. Muitas, por certo, foram levadas a "bom termo" e produziram seus efeitos. E tudo isso é golpe na gama de dimensões que defini acima.

O eleitorado que confere a Lula mais da metade dos votos válidos, segundo as recentes pesquisas, não é golpista. É bolsista, formado por três grupos: os muito pobres, os muito ricos e os muito fiéis. Os muito pobres dependem da bolsa família, da bolsa escola, da bolsa partido, da bolsa invasão de terra, e da bolsa assentamento improdutivo; os muito ricos dependem da bolsa lucro bancário; e os muito fiéis dependem da bolsa-boca (boca no governo, na estrutura partidária e nas inúmeras ONGs que o partido organiza para distribuir dinheiro à militância).

Aliás, há um candidato a vice-governador do Rio Grande que defende a federalização do Banrisul, ou seja, quer entregar o banco para Lula. A valer o exemplo do BESC, onde o enfermeiro-churrasqueiro do presidente é diretor, se a idéia vingar logo teremos um pizzaiolo petista dirigindo o Banrisul. Será a bolsa-pizza.


Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

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