Não sei se você vai ler jornal antes de votar. Espero que sim. Fique calmo, não vou pedir voto. Também não desejo criticá-lo, induzir ou aliciar votos. O que venho tentando é mostrar o óbvio: que somos responsáveis pelas nossas escolhas e decisões, e votar é um dos principais exercícios da cidadania. Votar é estar comprometido com o coletivo, com essa idéia de Estado, de Federação, de Nação. Se você não teve tempo de pensar nisso e vota apenas porque é obrigação, infeliz de você, coitado de nós, desgraçado Brasil. Votar é escolher, é decidir, é influir no futuro, não é vingar-se anulando ou deixando em branco, é corrigir erros do passado ou reafirmar sua satisfação com resultados, projetos, propósitos de alguém, de ideologias, partidos ou coligações. Tenho dito que deputado, seja estadual ou federal, não é despachante, amigo ou alguém indicado por A ou B, nem mera pessoa que faz da política uma profissão, por falta de outra opção. Deputado é representante do povo, delegado, isto é, alguém que recebe uma missão de quem o elegeu e deve ter um mínimo de conhecimento e capacidade para participar de uma assembléia ou congresso que delibera, faz leis e fiscaliza governos. O deputado deve submeter-se ao longo e, especialmente ao final de seu mandato, a uma nova avaliação dos seus feitos, propósitos e atitudes. Assim, votar conscientemente para deputado, estadual ou federal, mostra o seu compromisso com as coisas públicas. Não é favor, é exercício de direito, é cidadania. O senador deve ser alguém maduro, na presunção de que mais idade possa dar comedimento, moderação e serenidade na função de revisar as leis oriundas da Câmara dos Deputados, de julgar o Presidente da República, ministros, membros do Supremo Tribunal Federal, procurador geral da República em crimes de responsabilidade. Assim, é muita clara a função do senador: não deve ser um mero aliado ou adversário do partido que detém o governo. É bem mais que isso. É ele quem representa seu Estado. O Presidente da República é o mais alto funcionário do país. A ele incumbe não só representar o Estado brasileiro, mas administrá-lo, geri-lo, ter o seu controle, através de ministros, assessores e ocupantes de cargos comissionados ou de funções gratificadas. Enfim, deve entender e respeitar o princípio universal da divisão dos poderes entre o executivo que representa, o legislativo que elabora as leis e o judiciário que julga a todos. Não, não sou professor de direito constitucional, tampouco nada tenho de cientista político, mas creio, por responsabilidade social, que este espaço é importante para esclarecer o significado do ato de votar, pois o voto é uma decisão que tem efeitos a curto, médio e longo prazos e atinge a todos, especialmente a mim e a você.
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