Era uma vez um casal de tainhas que se amavam. Enquanto estavam entretidos com os jogos amorosos que invariavelmente resultam em mais tainhas, aconteceu um imprevisto na usina nuclear de Angra dos Reis. Vazou água radiativa que envolveu o casal apaixonado e resultou no mais longo orgasmo que qualquer tainha já teve. O resultado foi um bebê tainha diferente, maior do que os bebês tainhas normais.

Com uma semana ele já era do tamanho dos pais, e com duas semanas saiu pelo mundo afora deixando a mãe em prantos. Acabou gostando das águas de Ubatuba e por aqui ficou. O bebê cresceu e virou uma bela tainha adulta, do sexo masculino. Um "tainho". Seu nome é Janjão.

Apesar de recém-saído da adolescência Janjão é do tamanho de uma baleia e pesa oito toneladas. Foi ajudado no crescimento pelas lulas que este ano apareceram em grande quantidade. Aliás, tudo neste ano está diferente.

O Santo André sagrou-se campeão da Taça Brasil em pleno Maracanã ao bater o Flamengo. No campeonato nacional os dois líderes são de Santa Catarina. O PFL propôs um salário mínimo maior do que o do PT e Portugal está na final da Copa da Europa, ao lado da Grécia. Ah! Quase ia me esquecendo, o Once Caldas ganhou a Libertadores. Saravá!

Mas voltando ao Janjão, além de crescer ele sofreu uma mutação genética que aumentou seu QI para algo em torno de 320, um fenômeno, nem Herman Khan que também parecia uma baleia tinha QI igual. Um quociente de inteligência dessa ordem propicia dons telepáticos conforme atesta o "Manual Geral de Clarividência", livro que o presidente Lula está colorindo e depois vai ler.

Janjão capta as ondas mentais emitidas pelos moradores de Ubatuba, processa as informações com seu cérebro ultrapoderoso e tira conclusões brilhantes que emite através de ondas védicas perceptíveis apenas para médiuns de elevada conduta moral.

O único ser vivo nessas condições é esquivo, não gosta de ser visto em publico. É uma criatura tímida e em vias de extinção, um pássaro Dodô trazido para Ubatuba em 1620.

Está um tanto velho, pode-se mesmo afirmar que é um Dodô gagá, mas ainda ativo, na verdade os dons mediúnicos melhoraram com o tempo.

Da convivência com os humanos Dudu, esse é o nome do Dodô, aprendeu código Morse e enquanto recebe as mensagens, telegrafa com o bico.

Bem, até agora tudo o que foi dito é apenas a introdução do que vai interessar realmente aos leitores. Como estamos em ano de eleições, depois de muito argumentar consegui convencer Janjão e Dudu a trabalhar como pesquisadores de opinião.

Custou pouco, Janjão quer como pagamento que eu leia Ulisses, de James Joyce, em voz alta e Dudu gosta de balas de goma.

Assim, todas as sextas-feiras teremos as últimas informações das expectativas dos ubatubenses em relação ao pleito de outubro. Informações mágicas. Não percam.

Tudo o que você sempre quis saber sobre as eleições e tinha medo de perguntar.

Será o placar de Janjão e Dudu, uma dupla do peru! Boa essa rima!